domingo, 6 de dezembro de 2009

Máquina distribui hóstias durante a comunhão


Por causa da gripe A foi criado um novo artefacto religioso: um 'distribuidor de hóstias'. A Conferência Episcopal autoriza os padres portugueses a comprar.

A ideia surgiu nos Estados Unidos e está a provocar polémica em Itália: os padres podem usar uma máquina para não tocar nas hóstias. A Conferência Episcopal Portuguesa conhece a invenção e deixa a compra ao critério dos padres portugueses.

A utilização de um 'distribuidor de hóstias' durante a comunhão está a lançar a discussão entre os católicos italianos e começa a ter adeptos entre os párocos portugueses.

O objecto, criado e comercializado numa primeira fase por uma empresa americana, está a ter forte procura entre os sacerdotes de todo o mundo por causa da gripe A para evitar eventuais contágios no manuseamento.

O 'distribuidor' é um utensílio, em ouro ou prata, onde são introduzidas diversas hóstias para depois serem distribuídas durante a comunhão. Com o aparelho, o sacerdote deixa de pegar na hóstia com a mão. Em vez disso, pressiona um manipulo que faz sair uma hóstia para a mão ou para a boca de que vai comungar.

"Se a liturgia for bem celebrada, não há qualquer problema de higiene e não há necessidade de recorrer a nenhum objecto para a distribuição da Sagrada Comunhão", disse ao JN, D. Jorge Ortiga, bispo de Braga e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Contudo, os responsáveis pela Igreja não proíbem nem desaconselham a compra do "distribuidor de hóstias", à venda, com preço sob consulta, em vários catálogos 'on line' de artefactos religiosos. Deixam a decisão ao critério dos padres.

Em Itália, o Cardeal Bagnasco, arcebispo de Génova e presidente da Conferência Episcopal italiana também respondeu 'nim' quando confrontado com as perguntas dos jornalistas.

"O ministério da saúde não deu directivas no sentido de que fosse necessário usar um distribuidor de hóstias durante a comunhão", referiu. E acrescentou que os padres são livres de comprarem o objecto, se assim o decidirem.

"Estou convencido que não há necessidade e que os párocos podem continuar a usar as mãos durante a comunhão mas cada um pode fazer o que quiser", continuou D. Jorge Ortiga. "O aparelho está à venda e se alguém quiser, pode comprar", disse.

No catálogo 'on line' onde é apresentado o 'distribuidor de hóstias', a Purity Solutions, a empresa que apresenta uma maior variedade de modelos, o objecto é apontado como eficaz no combate à propagação da gripe A.

Entre as características, a empresa afirma que, como as mãos não são utilizadas, é também reduzido o contacto entre as pessoas e, logo, a propagação da gripe.

"A Comissão Nacional da Pastoral da Saúde já deu ás comunidades cristãs as orientações necessárias para prevenir a propagação da gripe A", salientou o presidente da CEP.

Entre as recomendações da comissão da Pastoral da Saúde, a principal vai para a necessidade dos "ministros da comunhão, sacerdotes e ministros extraordinários" purificarem as mãos com uma solução anticéptica antes da distribuição da comunhão.

Aos fiéis, é pedido que, "tanto quanto possível, recebam a comunhão na mão e não na boca, aliás, segundo prática secular na Igreja", pode ler-se na carta enviada aos párocos.

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