quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Cimpor diz que OPA é "oferta sem prémio"

A administração da Cimpor diz que os 5,75 euros por acção que a Companhia Siderúrgica Nacional oferece na OPA “revela um desconto sem precedentes relativamente a anteriores operações na Europa”.

No documento de resposta à OPA, a Cimpor diz que a empresa brasileira fez “uma oferta sem prémio”. As acções da Cimpor fecharam hoje a 6,5 euros, cerca de 17% acima do valor da oferta.

“O preço oferecido pela CSN tem subjacente um prémio de 5,9% sobre o preço médio ponderado pelo volume negociado durante os últimos 3 meses. As ofertas mais significativas que tiveram lugar nos últimos 5 anos na Europa incorporaram prémios médios compreendidos entre 42% e 58%”, sustenta o documento.

De acordo com a cimenteira portuguesa a oferta da CSN avalia a empresa em 9,5 vezes o EBITDA estimado para 2009 e 8,8 vezes o EBITDA estimado para 2010. Múltiplos que estão apenas 2% e 5% acima das empresas comparáveis. O que consubstancia, mais uma vez, “um prémio insignificante”.

A Cimpor usa a sua diversificação geográfica e a forte presença em mercados emergentes como um dos principais argumentos contra o preço oferecido pela CSN. Com base numa lista de aquisições que considera comparáveis, afirma que nos mercados maduros estas se fizeram com um rácio de 11,5 vezes o EBITDA e nos mercados emergentes com 12,4 vezes o EBITDA.

“A diversificação geográfica das operações desenvolvidas pela Cimpor é similar à das quatro maiores empresas da Indústria Cimenteira, Lafarge, Holcim, Cemex e HeidelbergCement”, pode ler-se no documento. A empresa portuguesa vai mais longe e diz que o seu perfil é ainda mais atractivo que as cimenteiras referidas, dada a exposição maior aos emergentes.

Oferta oportunística

A administração da cimenteira portuguesa considera ainda que a oferta da CSN é “oportunística”. Para a Cimpor, “a oferta da CSN é realizada num momento em que os resultados operacionais estão numa fase desfavorável do ciclo”. “Um múltiplo pago sobre os resultados actuais ou sobre os estimados para 2010 irá provavelmente subavaliar a CIMPOR”, acrescenta.

E lança o repto: “Dada a natureza de investidores de longo prazo de uma larga maioria dos accionistas da Cimpor, estes deverão ponderar se será de aceitar uma oferta anunciada nas actuais condições de mercado e na fase do ciclo em que o sector se encontra”.


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