terça-feira, 12 de janeiro de 2010

João Rendeiro avança com processo judicial e admite mais queixas à Justiça

O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, revelou hoje à agência Lusa que moveu um processo judicial, escusando-se a especificar contra quem, mas garantindo que está a estudar outras queixas, que poderão avançar em breve.

"Há um processo que já está em curso. Mas há mais, vários, que podem avançar", disse à Lusa João Rendeiro, questionado sobre a matéria, na sequência de um comunicado que o ex-presidente do BPP hoje emitiu, quebrando o silêncio do último ano, mas sem revelar quem serão os visados pelas queixas à Justiça.

Rendeiro decidiu no início de Maio último não avançar com um processo judicial que tinha anunciado em Abril contra Carlos Tavares, presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), por este ter feito, no Parlamento, uma comparação da situação vivida no BPP com o caso Madoff.

A posterior troca de correspondência entre as partes levou à queda da acusação. Porém, de acordo com o comunicado do fundador do BPP, Rendeiro promete usar todos os meios legais para responsabilizar quem, a seu ver, quer colocar as culpas da situação vivida no BPP nas suas costas.

"Irei utilizar todos os meios legais ao meu alcance para responsabilizar quem - porventura para fugir às suas próprias responsabilidades - opte pela solução de as colocar às costas de outros, quem, oportunistamente, pretenda tirar partido da situação em benefício próprio, e, também, todos os que colaborem em tais hipotéticas estratégias", ameaçou Rendeiro.

"Os meses passam e não deverei (...) esperar mais para me defender", disse o banqueiro, no mesmo documento, acrescentando esperar "que o BPP seja viabilizado, que os clientes tenham a sua situação regularizada e que os factos sejam esclarecidos na justiça. Um ano parece-me tempo de sobra".

João Rendeiro foi constituído arguido no inquérito ao caso BPP, tendo sido ouvido pelo Ministério Público no final de Julho passado e ficado com Termo de Identidade e Residência, numa investigação a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.

Fonte: Jornal de Negócios

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