O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, recusou comentar o cenário de saída da Grécia da Zona Euro, devido aos problemas que tem enfrentado. “Não comento hipóteses absurdas”. Mas deixou claro que as regras aplicadas pelo banco central são iguais para todos os países da região. “Nenhum Governo pode esperar qualquer tratamento especial”.
Na reunião do BCE de hoje, os governadores decidiram “por unanimidade” manter a taxa de juro de referência para a Zona Euro no mínimo histórico de 1%, considerando este o nível “apropriado”.
Mas um dos temas que mais marcou a conferência de imprensa que se seguiu à reunião de governadores foi a situação da Grécia, que ainda hoje anunciou a implementação de um plano de austeridade que visa colocar o défice orçamental em 2,8% em 2012, numa altura em que as contas públicas estão sob tremenda pressão.
Questionado pelos jornalistas sobre a saída da Grécia da Zona Euro, Trichet apenas afirmou: “não comento hipóteses absurdas”.
Mas deixou vários avisos. “Temos uma mensagem para todos os países: é para a sua própria recuperação que têm de tomar medidas corajosas”, afirmou. E salientou que os países que estão inseridos no euro “têm ajuda”.
“Nenhum Governo pode esperar qualquer tratamento especial” do BCE. “Temos as nossas regras e não as vamos aplicar de forma diferente para alguns países”.
“Alguns países têm decisões mais difíceis” para tomar. “Há países que fizeram um trabalho muito bom, outros ainda têm de trabalhar” para conseguirem readaptarem-se.
Trichet sublinhou que “é essencial que se implementem reformas estruturais” e que “a estratégica é decisiva para criar crescimento e emprego”.
No que respeita à Irlanda, Trichet considera que o país conseguiu de forma “impressionante - sem perder tempo e sem hesitar – tomar medidas para se ajustar” à nova realidade. “Estão a ir na direcção certa”, afirmou.
Ainda no que respeita à fragilidade do euro devido aos problemas que envolvem os países da região, como a Grécia, Trichet disse que “a magnitude é importante”, salientando que o contributo da Grécia para PIB da região varia entre 2,5% e 3%. A vulnerabilidade do mercado “tem de ser colocado em perspectiva”.
“Os países têm de fazer o trabalho”, reiterou e “o problema [na região] não é conseguir ajuda”, é conseguir fazer o trabalho.
Fonte: Jornal de Negócios
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