O CaixaBI diz que o pior já passou na banca, apesar de subsistirem desafios, e continua a considerar o BES o seu título preferido no sector português, mantendo o preço-alvo para a instituição liderada por Ricardo Salgado (na foto).
Numa análise ao sector da banca, o CaixaBI salienta que Portugal tem sido visto como o país mais vulnerável a seguir à Grécia, pelo que os custos de financiamento aumentarão e as situação continuará a ser dura. No entanto, refere que o horizonte cinzento está em certa medida a ser temperado pelo desempenho nas operações internacionais – Angola, para o BES, BCP e BPI, o Brasil para o BES e a Polónia para o Millennium.
“A nossa ‘top pick’ em Portugal é o BES”, sublinha o “research”, que mantém a recomendação de “comprar” e o preço-alvo nos 5,80 euros para aquele banco. Este “price target” confere ao BES um potencial de subida de 52,1% face ao fecho da sessão de hoje, nos 3,813 euros.
O preço-alvo do BES tinha sido revisto em alta a 18 de Dezembro passado pelo CaixaBI, de 5,10 para os actuais 5,80 euros.
“Continuamos a considerar o BES uma das histórias de investimento mais interessantes do sector da banca na Península Ibérica”, salienta a nota de análise do CaixaBI.
E isto porque o BES tem um dos mais elevados rácios de capital entre os bancos portugueses e espanhóis (Core Tier de 8% e Tier I de 8,3% em 2009), porque é um dos bancos ibéricos mais eficientes, com um rácio custo-benefício de 43,1%, porque a qualidade dos seus activos é elevada quando comparada com os seus pares na Península Ibérica, porque o crescimento orgânico consistente do BES permitiu ao banco ganhar quota de mercado, passando de 8,5% em 1990 para mais de 20% no final de 2009 e ainda porque a sua estratégia internacional deverá continuar a ser um motor no futuro próximo, nomeadamente através da exposição a economias de elevado crescimento, como Angola e Brasil”, realça a nota de “research” do CaixaBI.
Para o BCP, a recomendação também continua a ser de “comprar” e o preço-alvo de 1,1 euros. A entidade presidida por Santos Ferreira fechou a sessão de hoje a ganhar 1,35%, para 0,75 euros, tendo sido o segundo título que mais impulsionou o PSI-20.
Quando ao BPI, o preço-alvo mantém-se nos 2,5 euros (contra 2,025 euros no encerramento de hoje, dia em que pulou 2,22%) e a recomendação em “acumular”.
Sector na Europa está a melhorar mas ainda enfrenta desafios
No que diz respeito à banca em geral, o CaixaBI afirma que o pior já passou. “Os bancos foram apanhados cedo pela crise e foram bastante atingidos, com todo o sistema financeiro aparentemente em risco aquando do colapso do Lehman Brothers. No entanto, o forte volume de novo capital angariado e a intervenção coordenada dos bancos centrais, sem precedentes, bem como o ‘quantitative easing’, ajudaram o sistema financeiro a regressar a uma espécie de normalidade”, destaca a análise.
Para o CaixaBI, é necessário que seja angariado mais capital no sector, mas mais importante ainda será a gestão da retirada do “quantative easing” [flexibilização monetária quantitativa, que consiste numa política expansionista baseada em operações de mercado aberto com critérios quantitativos].
Este “research” sublinha ainda que o risco regulatório parece ser, claramente, a principal questão de 2010.
A nível europeu, o CaixaBI tem como bancos preferidos o BNP Paribas, Standard Chartered, Barclays e Sydbank.
Fonte: Jornal de Negócios
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