quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Nelson Mandela livre há 20 anos

O último Presidente do apartheid na África do Sul, Frederik de Klerk, foi lembrado, na terça-feira, 20 anos depois, de ter proferido o discurso histórico, no Parlamento, anunciando a libertação dos prisioneiros políticos, entre eles Nelson Mandela, e a legalização dos partidos que lutavam contra o regime de segregação racial.“Este discurso foi um marco na história da África do Sul. Para os sul-africanos brancos, ele marcou a vontade de acabar com séculos de humilhação e dissensões e abandonar a posição dominante que ocupavam há 300 anos”, declarou Dave Steward, director da Fundação FW (Frederik Willem) de Klerk.“Para os sul-africanos negros, os acontecimentos de Fevereiro de 1990, o discurso de FW e a libertação de Mandela anunciaram uma nova era de dignidade, de igualdade e de direitos políticos”, prosseguiu.Para marcar este aniversário, a Fundação organizou, na terça-feira, na Cidade do Cabo uma conferência intitulada “20 anos após o dia 2 de Fevereiro de 1990: olhar para trás, olhar para a frente”. Várias personalidades, entre elas o próprio De Klerk, deviam discursar.O último presidente branco da África do Sul pronunciou o famoso discurso no dia 2 de Fevereiro de 1990, cinco meses depois da sua eleição, num momento em que a tensão nos guetos estava no auge e a economia sofria as consequências das sanções internacionais.“Foi um gesto corajoso, para evitar que o país mergulhasse no caos”, disse Paul Graham, director do Instituto para a Democracia na África Austral. Nove dias depois do discurso, Nelson Mandela, o herói da luta contra o apartheid, saiu da prisão, depois de passar 27 anos atrás das grades.A libertação de Mandela surpreendeu muitos sul-africanos. “Sempre tive a certeza de que Mandela seria libertado um dia, mas não pensava que estaria vivo para ver isso”, declarou, à AFP, o ex-arcebispo da Cidade do Cabo e militante contra o regime de segregação racial Desmond Tutu.As negociações entre Mandela e De Klerk, iniciadas quando o primeiro ainda estava preso, levaram o país, então à beira da guerra civil, para a democracia.“Nelson Mandela foi um dos primeiros a dar-se conta da necessidade de uma solução pacífica e negociada”, disse De Klerk, 73 anos, à AFP.“Ele trouxe uma contribuição indispensável às negociações e à promoção da reconciliação nacional da nossa nova sociedade”, acrescentou o ex-militante do Partido Nacional, responsável pela criação do quadro legal do apartheid.Em 1993, os dois dirigentes receberam o Prémio Nobel da Paz. Um ano depois, Mandela foi eleito Presidente da África do Sul, tornando-se o primeiro chefe de Estado negro do país.“O duplo aniversário dá-nos a possibilidade de reflectir se conseguimos tirar proveito das oportunidades que nos foram oferecidas”, concluiu Graham.

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