A chanceler alemã qualificou hoje de “interessante” a ideia de se criar um Fundo Monetário Europeu (FME), capaz de apoiar técnica e financeiramente os países da União Europeia que enfrentam dificuldades em captar financiamento. Angela Merkel mostrou-se igualmente menos fechada em relação à possibilidade de envolver a Alemanha num plano de auxílio à Grécia.
"Penso que é interessante, que é uma boa ideia”, disse, depois de questionada sobre a criação de um Fundo europeu. “Sem mudar os Tratados, não é possível”. Mas, acrescentou, “ o tratado da UE não é o fim da história”. “Se o fosse, estaríamos num sistema estático. Não quero isso: quero que a Europa seja capaz de responder a novas situações”.
A chanceler recusou-se porém a especular sobre quando será lançada essa discussão e, menos ainda, sobre como funcionará um Fundo que, à partida, será montado em moldes semelhantes aos do Fundo Monetário Internacional, mas orientado para os países que, pertencendo ao euro, não dispõem de autonomia cambial nem monetária para se ajustar a choques assimétricos.
A ser assim, o objectivo central de um FME seria o de prevenir novas situações de instabilidade na Zona do Euro, geradas pelo excessivo endividamento de alguns países, como está a suceder por causa da Grécia.
Já neste fim-de-semana, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, revelara simpatia por este projecto, argumentando que, em prol da estabilidade do euro, “precisamos de uma instituição que tenha a experiência do FMI e poderes de intervenção semelhantes".
Quanto à Grécia, Merkel mostrou-se hoje muito menos fechada, ao admitir a possibilidade de um plano europeu de resgate, mas apenas numa “situação de emergência”. “Não posso dizer nunca, mas a situação não está nas nossas mãos”, sublinhou, acrescentando que “felizmente” a Grécia está a encontrar compradores para a sua dívida pública, ainda que sendo obrigada a pagar taxas de retorno elevadas.
Fonte: Jornal de Negócios
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