sábado, 24 de abril de 2010

Hipericão e ginseng siberiano podem anular efeito da pílula

O chá de hipericão e o ginseng siberiano podem anular o efeito da pílula contraceptiva.

O hipericão é muito utilizado em Portugal como calmante, para combater a obesidade e favorecer o funcionamento do fígado e dos intestinos enquanto o ginseng siberiano é usado para a falta de concentração, stress, depressão, fadiga e até esgotamentos.

"O chá de hipericão interfere muito com a pílula", afirmou à agência Lusa Lisa Vicente, chefe de Divisão de Saúde Reprodutiva da Direcção-Geral da Saúde (DGS), explicando que "é um potente indutor enzimático", diminuindo o efeito dos contraceptivos orais, do adesivo e o anel contraceptivos, bem como com o implante progestativo.

Lisa Vicente, que falava à Lusa a propósito da passagem dos três anos sobre a regulamentação da Lei da Interrupção Voluntária de Gravidez (IVG), lembra que há falhas que podem acontecer na contracepção que anulam o seu efeito.

Para isso não acontecer, é importante que o aconselhamento sobre os métodos contraceptivos inclua uma explicação de regras básicas, como por exemplo saber que tomar antibiótico, vomitar ou ter diarreias interfere com a pílula, e saber como agir no caso de uma situação destas acontecer, explica.

Os dados do quarto Inquérito Nacional de Estatística (2005/2006) mostram que cerca de 85 por cento das mulheres utilizam algum método para evitar engravidar, 65 por cento das quais utilizam a pílula e 14 por cento preservativo.

"São métodos cuja eficácia depende da forma como são utilizados", salienta a médica ginecologista. "Além de tornar os métodos de contracepção acessíveis é importante trabalhar com as mulheres a forma de os usar correctamente e sem falhas".

Em todas as sociedades há mulheres que não querem estar grávidas, mas não fazem contracepção. Várias razões podem contribuir para esta situação, como o receio dos efeitos secundários ou do efeito sobre outras doenças, desconhecimento sobre os vários métodos que existem ou por falta de acesso a serviços que considerem adequados.

Mas há casos em que as mulheres engravidam involuntariamente porque fazem mal o método contraceptivo e outros em que têm um bom método, mas que falhou, embora estes sejam uma minoria.

"Além de o método de contracepção ter de ser acessível, é importante trabalhar com as mulheres a forma de usar o método sem falhas", defende a responsável da DGS.

Entre as mulheres que recorreram a uma interrupção voluntária da gravidez (IVG) no ano passado, 65,23 por cento tinham entre 20 e 34 anos e 39,78 por cento não tinham qualquer filho.

Os dados constam do relatório Divisão de Saúde Reprodutiva da DGS, segundo o qual o número de mulheres que abortou em 2008 e em 2009, respectivamente 18 014 e 18 951, é inferior às estimativas anteriores à legalização da prática, que apontavam para as 20 mil interrupções anuais.

Três anos após a regulamentação da legislação sobre o aborto, as mulheres deslocam-se aos serviços de saúde "sem o receio de poderem ser apontadas" e chegam "mais cedo", o que mostra que estão mais conhecedoras da lei, adianta.

Sobre o número de mulheres que desistem de interromper a gravidez após a primeira consulta, a responsável diz que "não está contabilizado". "Entre as mulheres que entram numa consulta de interrupção de gravidez este número é provavelmente baixo", de acordo com dados que têm sido apresentados por algumas consultas nacionais.

"Uma mulher que passou por um centro de saúde, que esperou para marcar a consulta, é porque já pensou e tomou uma decisão relativamente à gravidez", remata.


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