terça-feira, 13 de abril de 2010

Lehman escondeu investimentos de risco

O Lehman Brothers utilizou uma pequena empresa para esconder milhares de milhões de dólares de investimentos arriscados antes da crise financeira que levou o banco ao colapso em Setembro de 2008.

De acordo com o “The New York Times”, a empresa de investimentos, Hudson Castle, “funcionava como uma passagem secreta que possibilitou a transferência de milhares de milhões de dólares que circulavam através do Lehman Brothers”.

Anos antes do colapso financeiro do banco, a Hudson Castle era como o “alter ego” do Lehman Brothers, segundo afirmou um funcionário do banco. A empresa de investimentos teve um papel crucial “por trás” do banco, apurou o jornal em entrevistas feitas a empregados e com base em informações a que teve acesso através de um documento interno do banco.

Esta relação entre o banco e a empresa suscita novas questões sobre a verdadeira situação financeira em que o banco se encontrava antes de se declarar em falência.

A Hudson Castle aparecia como uma empresa independente que “mantinha profundos laços com o Lehman. Durante anos, o seu conselho de administração foi controlado pelo Lehman, que detinha 25% da empresa”, referiu o funcionário.

“Entidades como a Hudson Castle fazem parte de um vasto sistema financeiro que opera na ‘sombra’ de Wall Street e longe dos reguladores bancários. São estas entidades que permitem aos bancos trocar investimentos por dinheiro, de modo a financiarem as suas operações e, por vezes, a manipularem as suas finanças para que elas aparentem estar em melhor situação do que realmente estão”, explica o NYT.

Os críticos dizem que estes acordos ajudaram o Lehman e outros bancos a transferirem temporariamente a sua exposição aos investimentos de risco associados aos empréstimos “subprime” e imobiliário comercial.

A Securities and Exchange Commission (SEC), autoridade reguladora do mercado de capitais dos EUA, está a investigar as diversas técnicas de empréstimo utilizadas por cerca de 20 empresas financeiras e uma comissão parlamentar pondera analisar detalhadamente no próximo mês de Maio as causas que levaram o Lehman Brothers e o Bear Stearns a entrar em crise, afirmaram ao “The New York Times” duas pessoas familiarizadas com os planos da comissão parlamentar.

Fonte: Jornal de Negócios

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