As ações brasileiras valorizam com força na rodada de negócios desta segunda-feira, dia em que as principais Bolsas de Valores reagem com entusiasmo ao pacote europeu bilionário para conter a crise na Grécia e nas demais economias problemáticas da região.
O Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, sobe 3,95%, aos 65.339 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,65 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York avança 3,35%. As Bolsas europeias já encerraram os negócios de hoje, com altas entre 5,16% (Londres) e 14,43% (Madri).
O dólar comercial é vendido por R$ 1,777, em um recuo de 3,99% sobre o fechamento anterior. A taxa de risco-país marca 215 pontos, número 9,28% abaixo da pontuação anterior.
Entre as primeiras notícias do dia, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, revela que a maioria dos economistas do setor financeiro reajustou para sua cima para suas previsões para a inflação deste ano: o IPCA projetado para 2010 passou de 5,42% para 5,50%. Trata-se da 16ª semana consecutiva que a mediana dessas estimativas é revista para cima.
A FGV detectou inflação de 0,47% para o mês de maio, conforme a leitura do IGP-M, ainda em sua primeira estimativa. Um mês antes, a inflação foi calculada em 0,27%.
O Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial teve superavit de US$ 517 milhões na primeira semana de maio. No ano, a balança acumula saldo comercial de US$ 2,692 bilhões.
Entenda o pacote
A União Europeia anunciou um pacote orçado em 750 bilhões de euros (quase US$ 1 trilhão) para defender a moeda europeia e impedir a criação de uma crise sistêmica na região. Desse montante, uma parcela de 250 bilhões de euros virá do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Parte dos 750 bilhões de euros vão servir para uma ação fundamental: a compra pelo BCE (Banco Central Europeu) de títulos de dívida privada e pública das economias mais problemáticas, como Grécia e Portugal.
Às voltas com sérios problemas fiscais, quando esses países tentam levantar recursos no mercado internacional, oferecendo títulos com promessas de juros para grandes investidores globais, são forçados a pagar taxas muito altas para encontrar compradores.
Endividando-se a juros muitos altos, e a prazos muito curtos, os países caem ainda mais na desconfiança dos mercados e agências de 'rating' (nota de risco de crédito) como S&P e Moody's rebaixam suas classificações.
O BCE já avisou que essas compras de títulos públicos começaram já nesta segunda-feira, de modo a estimular a queda dos juros pagos nesses papéis.
Outra parcela dos 750 bilhões de euros será utilizada para empréstimos de emergência para as economias mais problemáticas da região, como a Espanha e Irlanda, além das já citadas Grécia e Portugal.
Pelo menos 60 bilhões de euros foram orçados especificamente para esse objetivo, sendo que outros 440 bilhões foram reservados para um sistema de garantias, de modo a constituir o que já se intitula um "mecanismo de estabilização europeu".
O pacote europeu também prevê que os países envolvidos assumam planos de redução dos deficits nacionais e de reformas estruturais em ritmo acelerado. Lisboa e Madri já se comprometeram com reduções do deficit público para 2010 e 2011, prometendo anunciar maiores detalhes no próximo dia 18.
Fonte: Folha Online
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