sexta-feira, 11 de junho de 2010

S&P mantém crédito da PT sob vigilância

Quer reunir-se com administração da operadora

A agência de notação financeira Standard & Poor’s manteve a Portugal Telecom sob vigilância, com implicações negativas, devido sobretudo ao endividamento da operadora.

Numa nota hoje divulgada, a Standard & Poor’s diz estar à espera que a PT se decida sobre a oferta de compra lançada pela espanhola Telefónica sobre a sua posição de 50% na Brasicel, a holding que é titular de 60% da operadora móvel brasileira Vivo.

A agência recorda que a oferta da Telefónica foi elevada para 6,5 mil milhões de euros e diz que a revisão do “Credit Watch” depende do desfecho desta oferta.

A S&P tinha colocado o “rating” da operadora portuguesa em “Credit Watch” com implicações negativas, no passado dia 13 de Maio, e hoje reiterou essa classificação.

Assim, a agência informa que os “ratings” do crédito da PT de longo e curto prazo permanecem também em ‘BBB/A-2’.

A Standard & Poor’s salienta que, dada a dimensão e importância, para a PT, da oferta da Telefónica, só reverá o “Credit Watch” depois de avaliar a decisão da empresa liderada por Zeinal Bava no que diz respeito a essa mesma oferta, após a Assembleia Geral de Accionistas agendada para 30 de Junho.

“Se a PT vender a sua participação na Vivo, consideramos que isso poderá enfraquecer o seu perfil de risco empresarial, atendendo aos sólidos desempenhos operacionais recentemente apresentados pela Vivo e às vantagens que oferece em termos de diversificação geográfica”, sublinha o comunicado da agência de notação financeira.

O que está em causa, no entender da agência, tem a ver com as receitas que a PT obterá se vender a sua participação na Vivo. Para a S&P, é crucial saber se a administração da operadora portuguesa pretende deixar essas receitas no grupo e quanto é que poderia ser distribuído aos accionistas.

S&P quer reunir-se com administração da PT

De qualquer das formas, antes de tomar qualquer nova decisão a S&P pretende reunir-se com a administração da PT – reunião essa que a agência que diz ser para breve – para avaliar até que ponto é provável uma desalavancagem e, caso isso aconteça, qual será a sua magnitude e “timing”.

Além disso, a agência pretende também debater com a administração da operadora portuguesa as medidas financeiras e estratégicas previstas no caso de a PT aceitar a proposta da Telefónica de compra da sua parte na Vivo.

Nesta fase, a agência considera que deverá reiterar o “rating” para o crédito de longo prazo da PT ou cortá-lo em um nível.

Na terça-feira, a S&P já tinha colocado a Telefónica em “Credit Watch”, nomeadamente devido à oferta de compra da posição da PT na Vivo, já que a transacção, se for em frente, irá aumentar o endividamento da operadora espanhola.

“Esta transacção poderá aumentar substancialmente a alavancagem financeira da Telefónica, se bem que a empresa ganharia o controlo da Vivo, que é uma grande operadora móvel em crescimento”, referiu o comunicado da agência de notação financeira no dia 8 deste mês.


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