O parlamento eslovaco deu luz verde esta tarde à orientação do novo Governo: países pobres não devem pagar pelos excessos de parceiros mais ricos. Consequência: Bratislava não contribuirá mais para os empréstimos à Grécia. Bruxelas protesta, mas garante que linha de crédito vai seguir como previsto.
Iveta Radicova tomou posse como primeira-ministra da Eslováquia há pouco mais de um mês e já encontrou uma boa razão para o seu nome, amplamente desconhecido, dar uma volta ao mundo.
Por sua iniciativa, o parlamento eslovaco votou hoje, por esmagadora maioria, a abolição do decreto que permitia ao país contribuir para o empréstimo de 110 mil milhões de euros prometido à Grécia e que, ao longo de três anos, será garantido pelos parceiros do euro em associação com o Fundo Monetário Internacional.
Em causa estão 816 milhões de euros que deveriam ser assegurados neste ano pela Eslováquia no esforço conjunto dos parceiros para socorrer o Estado grego. Mas o novo Governo pensa diferente do anterior e considera que, sendo a Eslováquia o país do euro com o PIB per capita mais baixo, não lhe deve ser pedido que ajude quem é mais rico. A reacção de Bruxelas surgiu ao cair da tarde.
Em comunicado enviado às redacções, o comissário responsável pelos Assuntos Económicos “lamenta” o sucedido e diz estar-se perante “uma violação de um compromisso assumido pela Eslováquia”. A decisão de ajudar a Grécia, tomada pelo Eurogrupo, “foi um acto crucial, assumido num momento crítico, para defender a estabilidade da Zona Euro como um todo, incluindo a Eslováquia”, sublinha Olli Rehn (na foto).
O comissário avisa que a deserção de Bratislava vai ter de ser discutida no próximo encontro do Eurogrupo, ainda que garanta que a ajuda à Grécia não está minimamente comprometida. Em Maio, Grécia recebeu a primeira tranche 14,4 mil milhões, tendo então Portugal, por exemplo, assegurado 407 milhões de euros.
In' Jornal de Negócios
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