sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cardeais de todo o Mundo debatem no Vaticano escandâlos sexuais antes de consistório

Cardeais de todo o mundo vão debater pela primeira vez sexta-feira no Vaticano, a convite e na presença do papa Bento XVI, o escândalo dos abusos sexuais, na origem da mais grave crise da Igreja católica.

"A resposta da Igreja aos casos de abusos sexuais" será um dos temas de uma "jornada de reflexão e de oração" organizada na véspera de um consistório, durante o qual 24 novos cardeais serão consagrados pelo papa.

Desde a publicação há um ano na Irlanda de um relatório revelador de centenas de sevícias sexuais a crianças cometidas durante décadas por homens da Igreja sistematicamente encobertas pela hierarquia.

Posteriormente, revelações de abusos pedófilos sucederam-se nos Estados Unidos e na Europa, designadamente na Alemanha, país natal de Bento XVI.

Desde então, o papa condenou os abusos, encontrou-se com vítimas e ordenou a publicação de regras a seguir no seio da Igreja quando são descobertos tais abusos.

O cardeal William Levada, prefeito da congregação para a Doutrina da Fé (que examina todas as crises graves no seio da Igreja católica), apresentará este tema perante 150 cardeais.

Vítimas dos abusos mostraram-se céticas face a esta nova iniciativa da Igreja.

Além da pedofilia, os cardeais, que também foram convidados para almoçar com o papa, devem abordar nomeadamente os temas da "liberdade religiosa no mundo" e a liturgia.

Também serão chamados a fazer um ponto da situação um ano depois da adoção de um texto que permite aos anglicanos juntarem-se à Igreja católica em estruturas específicas, que também acolhem padres casados.

Ordenação de mulheres e casamentos homossexuais

Este texto visa particularmente os anglicanos insatisfeitos com a evolução da sua Igreja, nomeadamente com a ordenação de mulheres e a bênção de casamentos homossexuais.

Um debate da atualidade numa altura em que cinco bispos anglicanos tradicionalistas decidiram juntar-se à Igreja católica romana.

A reunião dos cardeais será a terceira assembleia deste tipo desde o início do pontificado de Bento XVI, em 2005, o que prova - segundo um especialista - a vontade do papa de ter "uma reflexão colegial" sobre as questões que agitam o mundo católico.

No dia seguinte, o papa consagrará 24 novos cardeais, incluindo 20 eleitores, para o colégio que um dia será chamado a eleger o seu sucessor. No colégio cardinalício, os europeus continuam a ser maioritários com 62 cardeais em 121, dos quais 25 italianos.

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