segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Bancos irlandeses cada vez mais dependentes do BCE

As injecções de liquidez do BCE no sistema bancário irlandês voltaram a subir em Janeiro. 

Os bancos irlandeses continuam a ver-se incapazes de se financiarem nos mercados, mesmo depois de o país ter obtido um empréstimo internacional de 85 mil milhões de euros, parcialmente destinado a reestruturar e sanear a banca, de modo a restaurar solidez e confiança no sector.

De acordo com dados hoje divulgados pelo banco central irlandês, citados pela agência Bloomberg, os empréstimos concedidos pelo Banco Central Europeu (BCE) ao sistema bancário do país subiram para 96 mil milhões de euros em Janeiro, o que corresponde a um acréscimo de 1,5 mil milhões face a Dezembro.

A crescente dependência da banca irlandesa relativamente aos fundos do BCE sugere que o resgate internacional não estará a surtir os efeitos desejados – resgate que forçou o Governo a antecipar eleições, que tiveram ontem lugar, e que se saldaram por uma derrota pesada para o Fianna Fáil.

O partido mais votado – o Fine Gael, que deverá ficar com 76 assentos no novo Parlamento, sendo provável que decida governar com os Trabalhistas (segundo mais votado, com 37 deputados eleitos) – já anunciou que logo que o novo o governo seja empossado no Dáil (Parlamento) em Dublin irá renegociar os termos do empréstimo internacional concedido pela Zona Euro (através do Fundo Europeu de Estabilização Financeira) e pelo Fundo Monetário Internacional. Em particular, quer baixar a taxa de juro média de 5,8% associada ao empréstimo, e que considera punitiva.

hoje, porém, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, rejeitou os apelos para que sejam fixadas condições mais favoráveis aos países da Zona Euro que recorram a ajuda do fundo europeu de estabilização financeira e do FMI para se financiarem.

Schaeuble defendeu mesmo taxas de juro mais elevadas para os países que sejam resgatados, como aconteceu com a Grécia e a Irlanda. “Não podemos recuar nesta condição”, afirmou o ministro alemão, citado pela Bloomberg, acrescentando que fazer o contrário iria ameaçar o futuro do euro.

“Deste modo, o Governo alemão não está disponível para fazer qualquer compromisso”, disse Schaeuble, contrariando assim as expectativas que a Alemanha estivesse disponível para ser mais branda nas regras de acesso ao FEEF, em troca do reforço das medidas de competitividade nos países do euro, medidas que vão ser debatidas nas próximas cimeiras de 11 e 14 Março dos líderes europeus.

O ministro alemão acrescentou que os países que falhem a consolidação das suas contas públicas e precisem de pedir ajuda, “essa ajuda não pode ser atractiva”.



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