A Fitch decidiu cortar o "rating" da dívida da EDP em um nível, colocando-o em "BBB+", para reflectir a redução realizada à República portuguesa. O corte deixou a notação de dívida da eléctrica dois níveis acima da classificação de Portugal.
A casa de notação financeira Fitch cortou em um nível a notação da EDP e manteve a perspectiva "negativa" para o "rating" da empresa, o que significa que poderá voltar a cortar a notação da eléctrica liderada por António Mexia. A Energias de Portugal vê assim a sua nota de crédito descer devido ao ambiente económico em que insere.
Isto porque poderão aumentar os custos de financiamento para a empresa, precisamente pela influência sentida pelo corte da notação financeira da dívida soberana portuguesa, já que o Estado detém 25,69% da empresa.
Apesar disso, o impacto directo dessa redução é “limitado”, na opinião da Fitch, já que só 45% do EBITDA da empresa provém do mercado interno, mesmo com o facto de o segmento ibérico ser o mais significativo. A capacidade de resistência às condições macroeconómicas é destacada pela casa de notação financeira. A Fitch reconhece a “sólida posição de liquidez da EDP”, salientando a sua capacidade para cobrir as necessidades de refinanciamento dos próximos anos.
O “rating” da EDP está sob perspectiva “negativa”, o que significa que novos cortes podem acontecer. Explica a agência que se tal acontecer no curto prazo, será principalmente em resultado de um novo corte de “rating” de Portugal. No entanto, há um lado positivo para a eléctrica nacional: a diferença em relação à notação financeira portuguesa poderá alargar-se.
Na sexta-feira, a Standard & Poor’s tinha mantido o “rating” da EDP em BBB, numa semana em que cortou por duas vezes a notação da banca portuguesa.
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