quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dívida de longo prazo de Portugal cortada para nível acima de lixo pela agência DBRS

A descida da notação para um nível acima de lixo é justificada pela perspectiva de que os riscos da consolidação orçamental aumentaram. As perspectivas mantêm-se "negativas".

A agência canadiana DBRS cortou o “rating” da dívida de longo prazo de Portugal, de ‘BBB (alto) para ‘BBB’.

Sublinhe-se que os termos ‘alto’ e ‘baixo’ corresponde aos sinais de ‘+’ e ‘-’ atribuídos pelas três maiores agências de rating – Moody’s, S&P e Fitch.

Além disso, a perspectiva mantém-se negativa, refere a DBRS. Isto tanto para a dívida de longo prazo em moeda local como em moeda estrangeira.

A agência sublinha que apesar do forte apoio político para implementar o programa da troika e do anúncio de melhores condições de financiamento dos empréstimos do FMI e da UE, “o ‘downgrade’ reflecte a perspectiva da DBRS de que os riscos da consolidação orçamental aumentaram desde a nossa última avaliação”.

“Se bem que o Governo preveja cumprir a meta do défice de 5,9% do PIB em 2011, a derrapagem orçamental – estimada em 2% do PIB – está a ser essencialmente compensada por medidas que são temporárias. Consequentemente, o ajustamento exigido para se atingir o objectivo do défice em 2012 será significativamente maior do que o previamente antecipado, num clima económico mais difícil”, refere a agência.

A tendência negativa que a DBRS aponta para a dívida soberana de longo prazo reflecte os riscos de contracção do crescimento, “sobretudo tendo em conta a maior incerteza em torno do panorama económico na Europa e nos Estados Unidos e atendendo à turbulência nos mercados financeiros”, explica ainda o comunicado da DBRS, acrescentando que as perspectivas para a estabilização da dívida continuam a ser desafiantes.

“O Governo estima que o rácio da dívida face ao PIB aumentará de 100% no final de 2011 para 106% em 2012. Se os fundos de recapitalização da banca estiverem incluídos, este rácio atingirá 111% em 2012. Nestes níveis, Portugal terá uma margem de manobra limitada no caso de se registarem choques financeiros ou económicos adicionais.

“Não é claro quando é que Portugal terá capacidade para reentrar no mercado da dívida de longo prazo”, salienta o relatório da DBRS.

Sublinhe-se que, pela escala de notações da DBRS para a dívida de longo prazo, a categoria BBB significa uma “adequada qualidade do crédito”. Neste patamar, a capacidade de pagamento das obrigações financeiras é considerada aceitável, mas coloca-se a hipótese de vulnerabilidade a eventos futuros.

Abaixo deste patamar, onde entram as várias categorias de BB, a qualidade da dívida já entra em nível especulativo – o chamado lixo.

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