A bolsa nacional encerrou em queda, numa sessão em que o BES desvalorizou mais de 7,8% e fixou um novo mínimo histórico.
O PSI-20 recuou 1,16% para 5.912,28 pontos, com títulos a descer e dois a subir. Na Europa a tendência também foi de perdas com os investidores, num dia em que os líderes europeus chegaram a acordo quanto ao valor necessário para recapitalizar o sistema bancário, segundo a Reuters que avança o valor de 100 mil milhões de euros.
Por cá, as acções da EDP foram as que mais penalizaram o desempenho do índice. A eléctrica liderada por António Mexia desvalorizou 2,65% para 2,384 euros.
Em destaque esteve também o sector da banca, com o BES a cair 7,83% para 1,589 euros. O banco liderado por Ricardo Salgado fixou hoje um novo mínimo histórico nos 1,581 euros. A pressionar a cotação do banco poderá ter estado a operação de troca de dívida perpétua por acções, que tem um efeito de diluição do valor do banco por um número maior de acções.
Entretanto, o BCP depreciou 4,71% e encerrou no novo mínimo de 0,162 euros, enquanto o Banco BPI declinou 4,69% para 0,61 euros. O Banif perdeu 3,22% para 0,361 euros.
Os bancos nacionais têm negociado pressionados pela crise orçamental da dívida soberana, que está a impedir a banca nacional de aceder ao mercado de financiamento interbancário e tem levado vários lideres europeus a pedir o reforço de capitais dos bancos.
Hoje o Citigroup cortou o preço-alvo do BPI em 45% para 0,74 euros e reviu em baixa a recomendação para “neutral”, enquanto a avaliação do BES desceu de 3,20 euros para 2,87 e manteve a recomendação de “comprar”. O Keefe, Bruyette & Woods reduziu a recomendação do BES de “market perform” para “underperform”.
Descoberta de gás natural na costa de Moçambique anima Galp Energia
A Galp Energia foi a cotada que mais contrariou a perda da bolsa nacional, ao subir 2,77% para 14,85 euros. A contribuir para o desempenho positivo da cotada esteve a descoberta importante de gás natural na costa de Moçambique, por um consórcio integrado pela petrolífera portuguesa.
Também a Cimpor encerrou em alta de 4,39% para 5,21 euros. A cimenteira negoceia animada pela notícia avançada pela Bloomberg, de que a Camargo Correa e a Votorantim poderão lançar uma OPA pela parte do capital que ainda não controlam na cimenteira.
Entre as 20 cotadas do principal índice nacional, 10 desceram mais de 2%. A concessionária Brisa declinou 5,03% para 2,32 euros e a cotada de aglomerados de madeira, Sonae Indústria, desceu 5,00% para 0,741 euros.
In' Jornal de Negócios
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