As casas de investimento nacionais atribuem um "impacto positivo" à nova
descoberta de gás natural "de grande dimensão" hoje divulgada pela
petrolífera portuguesa.
As “elevadas expectativas” com a exploração de gás natural em Moçambique
parecem confirmadas pelo anúncio feito hoje pela Galp sobre a
descoberta de “grande dimensão” da matéria-prima no Mamba North 1.
Esta
é uma consideração transversal às casas de investimento portuguesas,
que indicam que o impacto desta descoberta para a empresa presidida por
Ferreira de Oliveira (na foto) é “positivo”.
“Isto confirma as elevadas expectativas para os activos moçambicanos”, escreve o BPI.
“Esta nova descoberta permite confirmar o potencial associado ao
offshore de Moçambique ao nível da exploração de gás natural”, escreve o
especialista Carlos Jesus, do Caixa Banco de Investimento.
O anúncio hoje realizado indica que o gás natural descoberto no Mamba
North 1, numa área controlada pela Eni e em que a Galp tem uma
participação de 10%, tem um potencial de de 212,5 mil milhões de metros
cúbicos, correspondentes a 7,5 biliões de pés cúbicos de gás.
Para
os analistas Bruno Silva, Flora Trindade e Gonzalo Sanchez-Bordona, com
as descobertas de hoje, “o preço-alvo para 2012 deverá aumentar em 0,38
euros por acção”. Contudo, o “target” não foi ainda alterado,
mantendo-se em 18,40 euros.
Outubro dará “forte suporte”
A
nova estimativa pode apontar para gás recuperável na ordem dos 6
biliões de pés cúbicos, assumindo o factor de recuperação habitual de
80%, segundo cálculos do BESI. Estimativas que podem elevar a avaliação
do Mamba North. Ainda assim, apesar de positivo, o impacto na avaliação é
“limitado”.
“Gostávamos de sublinhar os resultados positivos resultantes dos
primeiros testes de produção, o que parece apoiar a visão inicial do
consórcio de que as reservas têm uma elevada qualidade e que o seu
desenvolvimento deve ser relativamente simples, já que estão localizadas
perto da costa”, escrevem os analistas Filipe Rosa e Manuel
Albuquerque.
Ainda com a exploração futura de estruturas na área
operada pela Eni, e mantendo o nível de recuperação de gás de 6 biliões
de pés cúbicos, “o potencial de valorização da avaliação da Galp será
de 0,7 euros por acção”. Nesta altura, o BESI atribui um “target” de
17,7 euros.
Em Outubro, a dissipação do risco relativo às
descobertas (o fim do período “de-risking”), dará um “forte suporte ao
preço da acção”, consideram os analistas da casa de investimento do BES.
30 biliões de pés cúbicos no Mamba North e no Mamba South
Os
7,5 biliões de pés cúbicos hoje divulgados no Mamba North 1 juntam-se
aos 22,5 biliões de pés cúbicos que o consórcio liderado pela italiana
Eni onde, para além da Galp, também a coreana Korea Gas Corporation e a
moçambicana ENH têm ambas 10%, descobriu no Mamba South 1, de acordo com
a informação divulgada a 27 de Outubro do ano passado. Ao todo, o
potencial do consórcio em Moçambique parece ascender a 30 biliões de pés
cúbicos.
A petrolífera liderada por Ferreira de Oliveira está a
subir uns ligeiros 0,04% para negociar nos 13,065 euros. A Galp
apresenta os resultados relativos a 2011 em 6 de Março.
Nota:
A notícia não dispensa a consulta das notas de “research” emitidas
pelas casas de investimento, que poderão ser pedidas junto das mesmas. O
Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de
interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada,
como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento
deverá consultar as notas de “research” na íntegra e informar-se junto
do seu intermediário financeiro.
Fonte: Jornal de Negócios
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