domingo, 18 de março de 2012

«Making Mirrors», Gotye

O mundo não vai mudar com «Making Mirrors» mas antes um instante de prazer que uma vida de tédio.

Tempos houve em que um álbum como «Making Mirrors» seria um acontecimento mas o esvaziamento de um centro antigamente denominado por mainstream alternativo, assim como um processo de normalização ditado pela Internet não permite mais do que um potencial gerador de remisturas com e sem autor conhecido.

«Making Mirrors» não é mais do que um encurtamento de espaço de entre a legião de produtores nu disco (Jacques Renault, Midnight Magic, a Kitsuné ou a portuguesa Discotexas) e o utilizador médio-alto de Facebook que, por imperativos de calendário, não tem tempo para se debruçar sobre uma tendência específica.

Dito isto, Gotye é, compreensivelmente, um fanático por teclados vintage e discos de New Order que cria refrões para hipsters.«Somebody That I Used To Know» é a canção-estandarte que sucede na história de vícios electro-pop recentes a singles dos MGMT como «Kids» ou «Time To Pretend» ou ainda a «Pumped Up Kicks» dos Foster, The People.

Resta dizer que Gotye tem uma costela australiana e outra belga, o que imediatamente remete para a Modular, de um lado, e duplas como os Aeroplane, do outro - já para não falar nos Soulwax. O seu momento de glória é o nosso momento de prazer. Pode vir a ser momentâneo mas a pop sempre foi efémera.

Gotye

«Making Mirrors»

Island/Universal


(Se assim o desejar, visite aqui a fonte da informação)

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