quarta-feira, 7 de novembro de 2012

José de Matos diz que CGD não precisa de aumentar capital próximos cinco anos


CEO da Caixa diz que o banco estatal está agora em melhores condições para financiar a economia do que estava há um ano.


A Caixa Geral de Depósitos, após o recente forte reforço dos fundos próprios, não prevê pedir mais dinheiro ao Estado para novos aumentos de capital nos próximos cinco anos, disse o presidente executivo da CGD em entrevista à Reuters.

José de Matos referiu que esta posição é sustentada pelos “exercícios de previsão” que a CGD faz trimestralmente com o Governo e a troika, tendo sublinhado que “em termos de solvabilidade, nunca a Caixa esteve tão sólida”.

“Este é um exercício credível, em que trabalhamos todos os três meses com as autoridades portuguesas e com a troika e cujo horizonte está estendido até 2017”, comentou o CEO na Caixa na entrevista à Reuters.

José de Matos afirmou que a venda da sua subsidiária de saúde HPP, que tem em Portugal cinco hospitais e um em parceria público-privada, será concluída em 2012. “A operação de alienação da totalidade dos HPP está praticamente feita, já foi autorizada (pelo Ministério das Finanças) a venda à brasileira Amil (Assistência Médica) e será concretizada até ao final deste ano”, referiu sem avançar o valor da transacção.

No que diz respeito à alienação da Caixa Seguros - líder dos seguros de Portugal com uma quota global de 30% dos prémios -, aponta para que ocorra em 2013. “As condições de mercado para se fazer a transacção não têm melhorado e é evidente que não faremos uma transacção que signifique prejuízo para a CGD e para o seu accionista Estado”, disse. “Estamos numa fase de consulta, de teste ao mercado, de identificação da melhor maneira de fazer a operação para maximizar o seu valor”, referiu, adiantando que a Caixa BI e o JP Morgan estão a assessorar esta transacção. “O processo para encontrar um comprador está em curso, temos um calendário indicativo para as diligências de venda que é 2013”, afirmou à Reuters.

Recorde-se que o memorando de entendimento celebrado por Portugal com a troika – Comissão Europeia, BCE e FMI – impunha a venda destes dois activos, recorda a Reuters.

A CGD reportou ontem perdas de 130 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2012, contra um lucro de 12,9 milhões no período homólogo do ano passado. Sobre isso, o CEO do banco estatal salientou que já tinha dito anteriormente que esperava um agravamento dos resultados até ao final de 2012. “Espero uma recuperação, alguma melhoria de resultados no próximo ano”, acrescentou à agência noticiosa.

“A degradação da margem financeira vai continuar, pois há muita rigidez no nosso balanço, e também no dos outros bancos, enquanto a situação da economia vai pesar ainda mais nas situações de incumprimento de crédito quer a empresas quer a particulares; as maiores imparidades são nas empresas”, frisou José de Matos.

Durante este ano e parte do próximo ano “é previsível que as imparidades de crédito continuem a agravar-se, eventualmente a um ritmo sucessivamente menor pois a 'parte de leão' desse impacto já terá acontecido”, referiu o presidente executivo da Caixa.

Apesar da posição de liquidez “relativamente confortável” da CGD, José de Matos declarou nesta entrevista que “não estar totalmente dependente do financiamento do BCE e ter financiamento de mercado é em si mesmo um bem”. Mas salientou que a Caixa “irá ao mercado se as circunstâncias e as condições se proporcionarem”. “Se as condições se revelarem favoráveis, a Caixa verá com 'bons olhos' o recurso ao mercado de capitais”, adiantou.

O CEO disse ainda que “a Caixa está em melhores condições para financiar a economia do que estava há um ano”.


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