terça-feira, 4 de dezembro de 2012

BPI já “devolveu” 100 milhões de euros da ajuda do Estado

O BPI já recomprou parte das obrigações subordinadas de conversão contingente, os chamados “CoCos” ao Estado. Com esta operação, o banco reduz para 1.200 milhões o montante em dívida.

“O banco BPI recomprou hoje ao Estado Português 100 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente (CoCo), depois de obtida a autorização do Banco de Portugal”, revela o banco liderado por Fernando Ulrich em comunicado enviado para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No dia 24 de Outubro, o BPI tinha já anunciado que ia começar a reembolsar o Estado já este ano, antecipando em nove meses o calendário previsto para a devolução da primeira fatia da ajuda pública. Em causa estão 100 milhões de euros de um total de 1.300 milhões de fundos estatais que o grupo recebeu. A margem usada para este pagamento antecipado resulta, sobretudo, dos ganhos financeiros gerados pela compra de dívida própria abaixo do valor de emissão e da redução da carteira de crédito.

“Com este reembolso, o montante das obrigações subordinadas de conversão contingente na titularidade do Estado Português foi reduzido para 1 200 milhões de euros”, adianta o banco no mesmo comunicado.

“Estas obrigações pagam juros correspondentes a uma taxa anual efectiva de 8,5% no primeiro ano, que aumenta 0,25% nos dois anos seguintes e 0,5% em cada ano posterior. Tendo em conta que o investimento do Estado no Banco BPI é financiado através da linha de 12 mil milhões de euros disponível para a recapitalização dos bancos portugueses no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira, cuja taxa de juro média é de cerca de 3,6%”, adianta a mesma fonte.

A instituição acrescenta que “o Estado Português está a receber uma margem de 4.9% ao ano para remunerar o risco do investimento no Banco BPI. Para um valor do investimento público no Banco BPI de 1 200 milhões de euros, esta margem corresponde a um ganho anual para o Estado Português de cerca de 59 milhões de euros.”


In' Jornal de Negócios

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