terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Portucel lucra 211,2 milhões em 2012

Vendas da produtora de pasta e papel ultrapassaram os 1,5 mil milhões de euros. Custos energéticos subiram 36 milhões e custos de logística foram agravados pelas greves nos portos.

A Portucel fechou o ano de 2012 com um resultado líquido consolidado de 211,2 milhões de euros, o que representa um crescimento de 7,6% em relação ao ano anterior.

Em comunicado, a produtora de pasta e papel adianta que o volume de negócios aumentou 0,9% para 1.501,6 milhões de euros, tendo as exportações atingido os 1.249 milhões de euros, ou seja, 95% das vendas do grupo.

Como refere, a penetração no mercado europeu continuou a reforçar-se, permitindo uma conquista adicional superior a 85 mil toneladas, sendo que o grupo tem ganho “quota nos seus mercados tradicionais e aumentado significativamente a sua presença em novos mercados, nomeadamente no Leste da Europa, no Norte de África e no Médio Oriente”.

O crescimento no volume de negócios da Portucel foi sustentado, diz a empresa, “no bom desempenho do negócio do papel, assim como na evolução positiva da área de energia”, a qual registou um crescimento nas vendas de cerca de 8%, apesar de ter “sido negativamente afectado pelo grande agravamento de custos registado nesta rubrica”.

O grupo refere que ao longo de 2012 “assistiu-se a uma evolução positiva de alguns custos de produção, nomeadamente ao nível de algumas das matérias-primas e dos produtos químicos”, o que não foi, contudo, suficiente “para compensar o acréscimo significativo do custo da electricidade e do gás natural, de cerca de 36 milhões de euros, tendo por isso o grupo registado um agravamento global nos custos totais de produção”.

Greve nos portos com impacto

Por outro lado, a Portucel aponta “o aumento dos custos de logística, associado a uma maior dispersão dos pontos de venda, ao aumento dos combustíveis, à menor disponibilidade de meios de transporte (devido à alteração verificada entre os fluxos de importação e de exportação) e à evolução cambial desfavorável”.

“O aumento dos custos das operações logísticas foi muito agravado pelas greves ocorridas na actividade portuária, que afectaram os portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro, nos últimos cinco meses do ano”, realça a produtora de pasta e papel, salientando ser “o maior exportador de carga contentorizada na Península Ibérica, representando cerca de 10% do total da carga contentorizada e convencional exportada pelos portos nacionais”.

O EBITDA do grupo ficou-se, assim, pelos 385,4 milhões de euros em 2012, valor em linha com o de 2011.

Os resultados operacionais situaram-se em 286,2 milhões de euros, evidenciando um crescimento de 7,5% face a 2011.

Já os resultados financeiros foram negativos em 16,3 milhões, em linha com o registado em 2011. “Esta evolução resulta essencialmente da significativa diminuição das taxas de juro das operações activas ocorrida durante o ano, que contrariou em certa medida o efeito da redução da dívida líquida do Grupo, assim como do resultado negativo das operações de cobertura cambial”, refere a Portucel.

A dívida líquida remunerada no final de 2012 totalizava 363,6 milhões de euros, o que representou uma redução de  99,8 milhões em relação ao final do ano de 2011. O grupo realça que a “variação significativa da dívida líquida reflecte a forte capacidade de geração de cash-flow, num ano em que a geração de caixa foi afectada pela intensificação da política de apoio a fornecedores de matéria-prima, pelo desembolso dos pagamentos finais de investimentos efectuados em períodos anteriores e pela adopção de uma política de pagamento a fornecedores que tem em conta as actuais dificuldades de recurso a crédito bancário”.

A autonomia financeira no final de Dezembro era de 54,4 %, tendo o rácio dívida líquida/EBITDA evoluído para 0,9.

Em 31 de Dezembro de 2012, a dívida bruta de longo prazo do grupo situava-se em 473,3 milhões, ascendendo a dívida com prazo de vencimento inferior a um ano a  219,7  milhões de euros, na qual se inclui o empréstimo obrigacionista “Portucel 2005/2013” de 200 milhões, cujo reembolso irá ocorrer em Maio de 2013.


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