Uma decisão de um Tribunal egípcio devolve a liberdade ao
antigo presidente do Egipto, uma vez que expirou o prazo limite de prisão
preventiva.
Esta quarta-feira Hosni Mubarak, ex-presidente egípcio que foi deposto
aquando do desenrolar da Primavera Árabe e que foi posteriormente condenado a
prisão, tomou conhecimento, depois da decisão de um tribunal do Cairo, de que
será libertado possivelmente já amanhã e seguramente “até ao final da semana”,
segundo declarações prestadas à Reuters pelo advogado Fareed El-Deeb.
O tribunal acedeu ao argumento apresentado pela defesa de Mubarak, que
considera ter expirado o prazo limite de prisão preventiva, que é de dois anos.
Esta decisão refere-se a um processo em que Mubarak era acusado de corrupção, um
caso que ficou conhecido por “Prendas de Al Ahram”.
Entretanto o advogado El-Deeb, segundo o “The New York Times”, já veio
considerar desajustado que permaneça pendente um julgamento, sobre o caso
“Prendas de Al Ahran”, depois de Mubarak ter restituído o dinheiro ao senhor Al
Ahran.
Dos três processos contra Mubarak, hoje com 85 anos, num tinha sido condenado
a prisão perpétua, decidida em Julho de 2012. Prendia-se com uma acusação de
cumplicidade de Mubarak na morte de 846 civis que se manifestaram de forma
pacífica durante a semana de 25 a 31 de Janeiro. Todavia, um tribunal de
instância superior considerou que tal processo estava ferido de várias
irregularidades pelo que ordenou a repetição do mesmo.
Este processo conta, também, com a presença em julgamento de dois filhos de
Mubarak, um ex-ministro e seis altas patentes do exército.
Esta libertação surge num momento de graves tensões no Egipto. Acontece numa
altura em que o anterior presidente, Mohamed Morsi, dirigente da Irmandade
Muçulmana eleito nas últimas eleições democráticas, realizadas depois da
deposição de Mubrak, permanece detido após deposição levada a cabo pelo
exército. São os generais, apoiados num exército habituado a controlar os
destinos do país, ao longo dos 30 anos de consulado de Mubarak, que assumem a
liderança política do país.
Esta liderança está a ser marcada por uma forte perseguição à Irmandade
Muçulmana e aos seus membros. Na passada terça-feira o líder espiritual daquela
organização, Mohammed Badie, foi detido por suposto incitamento à violência. Há
poucos dias, uma das principais figuras da Irmandade, Khairat al-Shater, foi
preso debaixo das mesmas acusações.
Durante a última semana já terão morrido quase mil pessoas, entre os quais
civis e manifestante pró Morsi. O exército, que tomou o poder, tem em Abdul al
Sisi, chefe das Forças Armadas, uma das principais figuras. Vários analistas
defendem que Sisi pretende reeditar as acções de Nasser, no período pós Segunda
Guerra Mundial, que assentavam na tentativa de extinção da influência política,
e também social, dos islamitas.
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