terça-feira, 15 de dezembro de 2009

BCP pede mais 10 dias para analisar proposta à Papelaria Fernandes

O plano de recuperação financeira para a Papelaria Fernandes apresentado por José Morgado Henriques, actual presidente da retalhista, foi hoje aprovado por 95% do votantes presentes na assembleia de credores, apurou o Negócios.

No entanto, o destino da Papelaria Fernandes volta a estar nas mãos do seu principal credor, o BCP. E ainda não será este ano que a companhia verá a sua situação resolvida.

De acordo com fonte conhecedora do processo, o banco, que detém 58% da dívida reclamada à Papelaria Fernandes, pediu mais 10 dias para a analisar as alterações que foram apresentadas no âmbito do plano de recuperação financeira da companhia e para apresentar o seu voto por escrito.

A assembleia de credores da gestora da cadeia de retalho com o mesmo nome foi retomada ontem, dia 15 de Dezembro, depois de se ter iniciado no passado dia 2 de Dezembro. Na altura, o administrador da insolvência decidiu suspender a assembleia, por considerar que necessitava de mais tempo para analisar, ele próprio, as duas propostas que lhe foram apresentadas.

Uma era de José Morgado Henriques, presidente e dono de 25,13% do capital da empresa. Outra era de um grupo de investidores liderado por Rui Delgado, vice-presidente da ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários.

A Papelaria Fernandes, actualmente com uma dívida reclamada de 62,7 milhões de euros, apresentou o plano de insolvência no primeiro trimestre deste ano ao Tribunal do Comércio, que o aceitou. A dívida da retalhista especializada em papelaria está em quase 60% nas mãos do BCP (36,58 milhões de euros), seguindo-se o Banif (3,5 milhões de euros), o Tesouro (3,2 milhões de euros) e João Lourenço Estrada (2,5 milhões de euros).

A companhia é controlada em 33,19% pela Fundação Ernesto Lourenço Estrada e em 20,05% pelo empresário Joe Berardo.

Trabalhadores apoiam direcção

Quem deu já o seu apoio à proposta do grupo de investidores liderado pelo actual presidente da companhia foram os colaboradores e os respectivos representantes, em sede de comissão de trabalhadores, além de alguns fornecedores e credores, apurou o Negócios.

A companhia, que há cerca de um ano tinha 380 empregados em todo o País, está actualmente com 200 postos de trabalho.

De acordo com a agência Lusa, durante a assembleia ontem realizada, junto dos credores foi "polémica" a questão relacionada com as lojas, com a proposta de José Morgado Henriques a garantir a manutenção das 20 lojas e até a sua expansão, e o documento defendido por Rui Delgado a propor a redução de dois estabelecimentos e a abertura de duas lojas substitutas em Leiria e Évora.

"Há lojas que neste século não apresentaram resultado líquido positivo. O que queremos é reposicionar o número de lojas para lugares mais interessantes", justificou Rui Delgado à agência noticiosa. Este representante defendeu ainda a realização de uma auditoria às marcas do grupo, bem como a opção de compra da marca Papelaria Fernandes ao fim de 10 anos.

A Papelaria Fernandes, empresa dispersa na praça lisboeta, tem as acções suspensas de negociação desde 26 de Março deste ano, por imposição da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A última vez que negociaram foi a 28 de Janeiro, nos 2,66 euros.

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