domingo, 27 de dezembro de 2009

Mais de 350 mil crianças com doenças respiratórias

A Organização Mundial de Saúde publicou um alerta sobre os factores ambientais na saúde. Em Portugal, como no resto do mundo, os casos de asma e alergias entre os mais novos continuam a aumentar


As crianças portuguesas têm cada vez mais problemas respiratórios. No total, 30% têm doenças alérgicas como a rinite. A asma afecta quase 200 mil crianças, ou seja, 15% da população infantil, quando há dez anos atingia 10%. Na origem deste aumento estão as condições ambientais em que as crianças vivem, garantem especialistas portugueses e a Organização Mundial de Saúde (OMS), que publicou recentemente um alerta sobre estas doenças (ver texto ao lado).

Entre os factores de poluição que contribuem para o aumento das doenças infantis estão o tabaco, o ar condicionado e a poluição das grande cidades. "O principal factor de risco para a gravidade da asma infantil é o tabagismo em casa", alerta o presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), Mário Morais de Almeida. Uma opinião partilhada pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Sergorbe Luís refere que "as crianças filhas de fumadores expressam mais cedo a sua tendência alérgica".

Reconhecendo a importância dos comportamentos tabágicos para as doenças infantis, o pediatra João Paço aponta uma solução "fácil": "Se querem fumar, os pais têm de ir para a janela ou para fora de casa." O otorrinolaringologista aponta ainda o ar condicionado como outro factor importante na prevalência de problemas respiratórios não só nas crianças mas também nos adultos.

A qualidade do ambiente no interior das casas é um dos factores sublinhados no alerta da OMS. Por cá, houve um estudo que analisou a qualidade do ar em 500 casas por todo o País. As conclusões revelam que o tabaco, a humidade e o desconforto térmico são os principais problemas dentro de portas, explica Mário Morais de Almeida. E é nestes espaços que "os doentes apresentam sintomas mais graves", sublinha.

Segundo a OMS, metade dos dois milhões de mortes infantis anuais provocadas por infecções respiratórias graves tem origem na poluição do ar interior. No entanto, o pediatra Gomes Pedro reconhece que é na melhoria do ar interior que a prevenção é mais fácil de levar a cabo.

Para tal é necessária "uma atitude de informação e aconselhamento para que as casas tenham outro tipo de ambiente", admite o especialista. Aliás, Gomes Pedro conta que "hoje os pediatras passam o dia a intervir preventivamente para manter o equilíbrio entre o ambiente poluído e as defesas das crianças".

Apesar de reconhecerem os riscos ambientais e de admitirem um aumento do número de crianças com doenças respiratórias, os médicos não garantem que estes factores sejam a origem principal das doenças. "Não sabemos se os factores ambientais por si provocam as doenças respiratórias, mas sabemos que estes agravam os sintomas", esclarece.

Uma coisa é certa, os pediatras reconhecem o grande aumento destas doenças nos últimos anos. "Há 20 anos era rara a criança que tinha alergias ou asma e hoje esses são os problemas mais frequentes", diz Gomes Pedro.

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