Foram analisadas 10 raças para descobrir as razões para a pele destes animais
Toda a gente conhece as famosas rugas do shar-pei, o cão chinês que as perde quanto mais velho é, como se crescesse dentro da própria pele. Agora os cientistas descobriram as razões para essa curiosa característica: diferenças no gene HAS2, importante no desenvolvimento de uma enzima que é fundamental na produção de pele.
A investigação envolveu a análise genética de dez raças de cães com pedigree. Os cientistas identificaram 115 localizações no código genético desses animais que pudessem ter um papel nas diferentes características das várias espécies. No caso do shar-pei, foi descoberto o tal gene HAS2.
"Houve, provavelmente, uma mutação nesse gene que fez com que um cachorro tivesse nascido todo enrugado e um criador deve ter dito: 'Isto parece interessante. Vou tentar criar selectivamente este tipo de cães'", explica Joshua Akey, do Departamento de Ciências Genéticas na Universidade de Washington, Estados Unidos.
Joshua Akey e a sua equipa estudaram 32 shar-pei rugosos e 18 com pelo suave e compararam pequenas amostras de ADN com amostras de outras espécies.
A equipa descobriu quatro pequenas mas significantes diferenças entre a genética dos dois tipos de pele do shar-pei, relativamente às outras espécies. Estes polimorfismos de nucleotídeo único (SNP), como são chamados, estão localizados no gene HAS2.
O "melhor amigo do homem" está a ser usado para localizar os genes defeituosos que causam esta doença, tanto em cães como em humanos.
O pedigree tornou-se uma ferramenta útil para os cientistas genéticos. A domesticação do lobo cinzento há mais de 10 mil anos, e a criação selectiva dos seus descendentes, resultou em mais de 400 raças de cães, cada uma delas com temperamento, físico e cor diferentes.
Estas pequenas populações dão aos investigadores a oportunidade de comparar a genética dos vários grupos. Além de dar informações mais precisas acerca do shar-pei, os investigadores também identificaram um conjunto de outras localizações no genoma do animal. Estas poderão ser estudadas mais tarde para tentar compreender melhor o pedigree e porque é que os cães têm aquela aparência.
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