quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Grécia atira risco da dívida púbica dos países da Zona Euro para recorde

O seguro para os investidores se protegerem contra o incumprimento no pagamento de dívida pública dos países da Zona Euro atingiu hoje o nível mais elevado de sempre. A culpa é da Grécia, com a crise nas finanças públicas helénicas a contagiar outros países, sobretudo Portugal.

O “credit default swap” da dívida grega a 10 anos está hoje a subir 48 pontos base para 373 pontos base, o nível mais elevado de sempre desde que são transaccionados estes títulos que os investidores utilizam para se protegerem do incumprimento.

O mercado está hoje ainda mais apreensivo com as contas públicas da Grécia, um receio que foi acentuado depois da Comissão Europeia ter emitido um comunicado onde comenta a debilidade do Governo no combate ao défice.

“No caso da Grécia, o Conselho de Ministros das Finanças [Ecofin] concorda que o país não tomou medidas suficientes para corrigir o défice em 2010, tal como acordado no início de 2009. A Comissão vai propor acelerar o processo, com uma recomendação [ao país], tal como foi assinalado recentemente pelo comissário Almunia”.

Com um défice de 12,7% do PIB em 2009, a Grécia parece cada vez mais incapaz de convencer os investidores de que será capaz de reduzir o défice para 3% do PIB até 2013.

O mercado teme um risco de contágio aos outros países da Zona Euro. O que se reflecte nos CDS dos restantes países que utilizam o euro.

O CDS de Portugal sobe 18,5 pontos base para 149 pontos base (perto de recorde), o da Espanha avança 17 pontos base para 127 e o de Itália sobe 10 pontos base para 114, de acordo com a Bloomberg, que cita dados da CMA.

A subida está a ocorrer em todos os países da Zona Euro, levando o índice da Markit que reúne os CDS dos 15 países que utilizam o euro para um máximo histórico de 87,25 pontos base. Quer isto dizer que o custo para um investidor se proteger do incumprimento terá que pagar 87.250 dólares por um total de 10 mil milhões de dólares de dívida a cinco anos.

“Quem lhes vai emprestar dinheiro da próxima vez e a que preço”, questiona um analista à Bloomberg, acrescentando que “o que está a acontecer é muito negativo e pode levar-nos a um ciclo vicioso”.

A Grécia concluiu esta semana uma emissão de 8 mil milhões de euros em obrigações a cinco anos. Hoje os preços estão em forte queda, levando a “yield” para o valor mais elevado em 11 anos.

A rentabilidade das obrigações a 10 anos da Grécia está hoje a subir 44 pontos base para 6,68%, o juro mais elevado desde 1999, ano da introdução do euro. O “spread” face à dívida alemã atingiu um recorde desde 1998 nos 350 pontos base.


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