A fome é, sem sombra de dúvidas, a mais violenta das sensações fisiológicas. A única capaz de estimular, ao mesmo tempo, crimes, doenças e debilidade mental.
No século 21 a grande luta da humanidade deveria ser contra a fome que, inclusive, é capaz de gerar outras cadeias intermináveis de famintos.
A principal origem da fome está na monumental desigualdade da distribuição das riquezas no mundo. É estarrecedor, mas a cada 3 segundos uma pessoa morre de fome no planeta e mesmo assim o número de pobres não pára de crescer. Calculam os estudiosos que já chegamos a 307 milhões de famintos nos países menos desenvolvidos. E é provável que até 2015, quando a grande maioria de nós ainda estará viva, 420 milhões de pessoas estejam vivendo abaixo da linha de pobreza.
Cerca de 815 milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas da subnutrição e o flagelo da fome atinge 777 milhões de seres humanos nos países em desenvolvimento, 27 milhões nos países em transição e 11 milhões nos países ricos.
A fome é responsável por mutilações graves, falta de desenvolvimento de células em bebês e até cegueira por falta de vitaminas.
Segundo a FAO, 54 milhões de pessoas passam fome na América Latina, houve uma redução de 42 milhões para 33 milhões na América do Sul, mas 19% da população da América Central mal encontra o que comer.
Absurdo dos absurdos: o esbanjamento de recursos nos países ricos está a conduzir a humanidade para a própria extinção, conforme afirmam inúmeros cientistas sociais.
Dos 32 milhões que literalmente passam fome no Brasil, metade vive no meio rural e outros 65 milhões se alimentam de forma precária. Isto num país onde segundo a CNBB existe alimento suficiente para todos. Chega a ser brutal: dos 400 milhões de hectares reconhecidos como propriedade privada neste país apenas 60 milhões são utilizados para lavoura.
Esses números indicam que o governador Jackson Lago está certo ao estender para 146 municípios o Programa de Aquisição de Alimentação que é uma das ações do Programa Fome Zero. O PPA vai beneficiar seis mil produtores, 1.520 entidades e 181 mil pessoas no Estado.
O nível de pobreza do Maranhão, considerado o estado mais pobre da Federação, está sendo mostrado pela série de reportagens JP - Realidade Maranhense. Ainda bem que os recursos do Governo Federal para o combate a fome nesse Estado estão assegurados.
Seria muito importante que editoriais como esse e todos os estudos sobre a fome no Brasil e no mundo se espalhassem por cada uma das mãos desse planeta. Até para que nos lembremos que as comunidades humanas que até agora construímos são incompreensivelmente injustas e continuam tão seletivas quanto as da idade média.
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