Numa operação internacional desenvolvida em Novembro, o Infarmed, em conjunto com a Polícia Judiciária e a Direcção das Alfândegas, apreendeu em Portugal, em dois dias, “dezenas de milhares de euros” em medicamentos contrafeitos, segundo Vasco Maria, presidente do Infarmed.
“Foram dezenas de milhares de euros de lucro [para as organizações ilegais] e de prejuízo para a indústria farmacêutica”, avançou Vasco Maria, acrescentando que a nível internacional, este é um mercado que mobiliza cerca de 50 mil milhões de euros por ano.
Os números foram avançados numa conferência de imprensa, onde o Infarmed, juntamente com outras agências do medicamento internacionais, divulgou uma sondagem inédita realizada em Portugal, entre 6 e 11 de Janeiro, para determinar o perfil dos compradores de medicamentos online. De acordo com esse estudo (com uma amostra de 800 pessoas), apenas 20% dos compradores recorrem ao Infarmed para saberem se os sites consultados são seguros e mais de um quarto não tem noção do risco que corre ao adquirir medicamentos em sites não autorizados.
Para sustentar a sua preocupação, o presidente do Infarmed revelou que numa recente apreensão de medicamentos nas fronteiras portuguesas se apurou, após análises laboratoriais, que 90% dos mesmos eram falsos. “Não só não possuíam as substâncias activas destinadas a combater as doenças para as quais eram indicados, como, em alguns outros casos, até continham substâncias tóxicas susceptíveis de causar outros problemas de saúde a quem os viesse a consumir”, inclusive a morte, explicou.
Das pessoas que responderam já ter comprado medicamentos pela Internet, mais de metade pertencem à classe alta ou média alta e as principais razões apontadas foram o preço (29,2%) e a comodidade (20,8%). No topo das preferências destes compradores estão os produtos de emagrecimento (45,8%).
Outra das conclusões que se retira a partir dos dados dispensados é que a contrafacção de medicamentos é um crime cada vez mais rentável e em grande progressão. A nível mundial, o número de casos de contrafacção detectados passou de 196 em 2002 para 1759 em 2007, com predominância no continente asiático (China e Índia).
Quanto a Portugal, Vasco Maria garantiu que “não há indícios, nem nenhuma evidência de que haja fábricas a produzir medicamentos contrafeitos”, até porque “há muito menos probabilidade” de existirem por cá, pois há sistema de fiscalização, ao contrário do que acontece nos países asiáticos, por exemplo.
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