terça-feira, 30 de março de 2010

Anvisa restringe uso de medicamento para emagrecer

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nesta terça-feira no Diário Oficial da União que a substância mais utilizada no Brasil para emagrecimento, a sibutramina, entrou para a lista dos medicamentos de tarja preta. Isso significa que agora o remédio inibidor de apetite só poderá ser adquirido com receita azul – receita especial que fica retida na farmácia.

De acordo com o disposto no Artigo 3º do relatório publicado pela Agência, as empresas detentoras do registro de medicamentos a base de sibutramina terão 180 dias contados a partir desta terça-feira para efetuar as alterações necessárias. A substância já havia sido proibida em países europeus e teve sua restrição ampliada nos EUA.

Balanço do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados

O relatório da ANVISA inclui o consumo de mais três psicortópicos anorexígenos, com a sibutramina: a anfepramona, o femproporex e o mazindol. De acordo com os dados, foram consumidos 1,9 tonelada de sibutramina no ano passado. No mesmo período, o consumo de femproporex chegou a 1 tonelada, o de anfepramona, a 3 toneladas, e o de mazindol, a 2,3 quilos.

A agência reguladora monitorou ainda o uso do cloridrato de fluoxetina e do cloridrato de metilfenidato, que são, respectivamente, um antidepressivo e um estimulante do sistema nervoso central utilizado para combater o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. No ano passado, 3,5 toneladas do antidepressivo e quase 175 quilos do estimulante foram consumidos.

Segundo a Anvisa, a fluoxetina apresenta indícios de abuso e desvio de uso para outras finalidades. Já o metilfenidato é foco de estudos e questionamentos sobre a utilização em massa e efeitos secundários. Esse medicamento vem sendo usado para emagrecer, por exemplo, por empresários e estudantes.

O relatório aponta que, entre os 10 maiores prescritores de sibutramina no país, há um médico especialista em medicina de tráfego (que trata da mobilidade humana).

No caso da anfepramona, entre os 10 maiores prescritores há um ginecologista e um gastroenterologista. Entre os 10 maiores prescritores de femproporex, há um dermatologista e entre os 10 maiores prescritores de mazindol, há um pediatra.

O consumo indevido de medicamentos em geral – sobretudo de psicotrópicos – é considerado pela Anvisa um problema de saúde pública. Em 2006, a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes da Organização das Nações Unidas (ONU) indicou o Brasil como maior consumidor mundial de anfetaminas com finalidade emagrecedora, com um total de 9,1 doses diárias para cada mil habitantes.


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