A carta pastoral que o Papa enviou aos católicos irlandeses sobre o escândalo de pedofilia envolvendo sacerdotes daquele país "mostra coragem", afirmou hoje, segunda-feira, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa. Manuel Morujão considera ainda que este não é um "assunto incómodo" para a Igreja Católica portuguesa.
"É um assunto que mostra a coragem do nosso santo padre que nós louvamos", disse o padre Manuel Morujão, considerando que este não é um assunto incómodo para a Igreja portuguesa. O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) explicou que os bispos vão estar reunidos em Fátima em abril, no âmbito da assembleia plenária, e nesta ocasião ou noutra "reflectirão sobre a carta do santo padre e em geral as linhas que a lei promove, como sejam o clarificar a verdade, o fazer a justiça às vítimas, o reforço da prevenção e o colaborar construtivamente com as autoridades".
"A agenda já foi enviada há oito dias para os senhores bispos. Não vem lá, mas os senhores bispos têm toda a liberdade de reflectir sobre este assunto, e o que foi concluído com o presidente e o senhor presidente da Conferência é que seria levado a uma das próximas reuniões, não a dizer que era a reunião de Abril", esclareceu em declarações aos jornalistas no final da reunião do Grupo de Reflexão Pastoral da CEP, em Fátima.
Por outro lado, o padre Manuel Morujão explicou que durante o ano e meio em que está a trabalhar na CEP "nunca" foram abordadas questões de pedofilia. "Nem dossier, nem sequer uma simples carta", disse, considerando que este é um assunto completamente novo para a Igreja Católica portuguesa.
O Papa Bento XVI exprimiu "vergonha" e "remorso" de toda a Igreja face ao escândalo de pedofilia no clero irlandês, anunciando iniciativas para promover "a cicatrização e a renovação", numa carta aos católicos irlandeses publicada na passada sexta-feira.
Na carta, destinada a ser lida no próximo domingo a todos os paroquianos irlandeses, Bento XVI afirmou que os homens da Igreja culpados dos actos de pedofilia deverão responder não só diante de Deus, mas também diante da Justiça comum.
Entre as medidas anunciadas pelo Papa na carta, figura o anúncio de uma "visita apostólica", isto é, uma investigação "em várias dioceses da Irlanda", assim como "nos seminários e congregações religiosas".
Fonte: JN
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