sexta-feira, 19 de março de 2010

Índia, Fed, finanças e petróleo derrubam Wall Street

As principais praças bolsistas norte-americanas encerraram em queda, penalizadas pelo anúncio de que o banco central indiano aumentou inesperadamente as taxas de juro, pela primeira vez desde Julho de 2008, depois de a inflação no país disparar para um máximo de 16 meses.

A probabilidade de a Fed aumentar a taxa de desconto e a forte queda dos títulos financeiros e do sector energético ajudaram a carregar a tónica negativa.

Os mercados accionistas do outro lado do Atlântico tinham aberto em alta, com as tecnológicas a contribuir para o bom desempenho. As expectativas em torno de uma reforma da saúde nos EUA também estiveram a ajudar, mas não foram suficientes para manter as bolsas à tona.

O índice industrial Dow Jones fechou a ceder 0,35%, fixando-se nos 10.741,98 pontos. O S&P 500 perdeu 0,51% para se estabelecer nos 1.159,88 pontos.

Por seu lado, o índice tecnológico Nasdaq desvalorizou 0,71% para 2.374,41 pontos.

“O maior risco que actualmente se coloca aos mercados não tem a ver com défices orçamentais, mas sim com o facto de os autoridades terem apostado tanto na retoma da economia que agora têm de retirar esses estímulos. Esse é, na verdade, o grande risco”, comentou à Bloomberg o director de “research” do Barclays, Larry Kantor.

A Exxon Mobil e a Schlumberger lideraram a queda dos títulos energéticos, que foram o grupo que mais afundou no Standard & Poor’s 500, numa sessão em que o petróleo se fixou abaixo dos 80 dólares por barril.

Os títulos financeiros também desceram fortemente, depois de o Goldman Sachs rever em baixa as estimativas para a banca e as sociedades de corretagem.

A Palm Inc perdeu 26%, depois de prever um volume de negócios aquém das estimativas dos analistas, uma vez que os seus telefones não foram capazes de alcançar a popularidade de modelos rivais que funcionam com o “software” Android da Google. Além disso, a Canaccord Financial cortou para zero o preço-alvo para a Palm, o que fez a empresa a afundar ainda mais.
Do lado positivo esteve a Boeing, que subiu 1%, animada pelos planos de aceleração da produção.

As bolsas norte-americanas – que chegaram a atingir máximos de 17 meses esta semana – estão também receosas perante a possibilidade de a Reserva Federal aumentar a taxa de desconto – que é a taxa cobrada sobre os empréstimos directos à banca. Os economistas dizem, segundo a Bloomberg, que isso poderá acontecer antes da próxima reunião do Comité do Open Market da Fed, agendada para 28 de Abril.


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