sexta-feira, 23 de abril de 2010

Moody s e S&P investigadas pelo Senado por favorecerem "ratings"

As duas maiores agências de notação financeira dos Estados Unidos, Moody’s e Standard & Poors, estão a ser investigadas pelo Senado por suspeitas de que foram influenciadas pela banca de investimento para favorecerem os "ratings" atribuídos a títulos de dívida.

Segundo e-mails e outros documentos, publicados pelo Senado, os “ratings” positivos atribuídos a títulos complexos de crédito à habitação e a outros títulos de dívida, foram algumas vezes usados nas negociações entre os bancos e as agências de notação financeira, segundo o “Financial Times”.
“As agências de ‘rating’ permitiram que a Wall Street influenciasse as suas análises, a sua independência e a sua fiabilidade”, disse o senador democrata, Carl Levin.

Em 2007, um analista da agência Moody’s disse ao Merrill Lynch que o “rating” a atribuir ao banco de investimento não podia ser finalizado até “o assunto das comissões” estar resolvido.

Em resposta, o banqueiro disse que estavam “de acordo com a revisão da tabela de comissões. Estamos de acordo que há a hipótese de que (...) continuarás a trabalhar connosco (...) de maneira a chegarmos a um entendimento acerca do ‘rating’” a atribuir.

Esta conversa, agora revelada, mostra a promiscuidade entre os bancos e as agências de “rating”, com estas últimas a favorecerem quem lhes paga as comissões. E vem também dar razão a quem culpa as agências de “rating” pela crise do “subprime”, pois atribuíram “ratings” elevados a títulos que depois ficaram sem valor.

No mesmo ano em que esta conversa decorreu, o chefe do departamento de crédito da Moody’s, disse num e-mail ao chefe executivo, Ray McDaniel, que a pressão dos banqueiros, emissores e investidores, constituíam um “risco para a qualidade dos ‘ratings’”.


Fonte: Jornal de Negócios

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