sexta-feira, 4 de junho de 2010

Madrid e Atenas lideram quedas numa Europa apreensiva com a crise na Hungria

As bolsas europeias terminaram a semana em queda acentuada, com os índices de Madrid e Atenas a liderarem as perdas, num dia em que o alerta do Governo da Hungria sobre a “muito grave” situação económica do país assustou os investidores e penalizou o euro.

O Stoxx 600 caiu 1,84%, numa sessão em que os índices bolsistas dos 18 mercados accionistas europeus fecharam todos no “vermelho”.

O sector financeiro liderou as perdas, sobretudo nas cotadas com maior exposição aos países da Europa de Leste. O alerta do Governo da Hungria, de que o país está numa situação económica “muito grave” que pode resultar num incumprimento, reacendeu os receios com a crise na dívida soberana da Europa.

Apesar de a Hungria não fazer parte do lote de 16 países que partilham o euro, os receios com a situação do país levaram o euro a ceder para um novo mínimo de quatro anos, abaixo dos 1,20 dólares. O facto de o emprego nos Estados Unidos ter crescido menos que o esperado também contribuiu para o sentimento negativo dos investidores.

Os países periféricos do euro foram os mais penalizados, numa sessão em que os juros das obrigações destes países registaram uma forte alta. O “spread” das obrigações portuguesas face às alemãs superou os 250 pontos base.

“É claro que a economia está numa situação muito grave”, afirmou Szijjarto, porta-voz do governo húngaro, acrescentando que “não é exagerado falar” duma situação de incumprimento no pagamento da dívida pública.

“Simplesmente não se pode falar desta maneira” na fase em que estão os mercados, afirmou à Bloomberg um operador, acrescentando: “Não faço ideia o que os húngaros estão a fazer nesta altura, mas o novo Governo tem que pensar um pouco melhor na forma como comunica com o mercado”.

As bolsas de Madrid e Atenas foram as mais castigadas, com o IBEX-35 a cair 3,8% e o FTSE/ASE-20 a ceder 5,56%. Paris caiu 2,86%, Londres perdeu 1,63% e Frankfurt perdeu 1,91%

Os bancos foram os mais castigados uma vez que são os mais expostos às perdas relacionadas com o cenário de incumprimento no pagamento de dívida. O Société Générale afundou caiu mais de 7% e o BNP Paribas desvalorizou 5,97%. Em Amesterdão o ING caiu 4,05% e em Espanha o Santander recuou 5,78% e o BBVA caiu 6,84%.


Fonte: Jornal de Negócios

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