sexta-feira, 4 de junho de 2010

G-20 quer concluir Basileia III até final do ano mas não marca data de implementação

Os ministros das Finanças do G-20 deram a entender que irão adiar a introdução de novas regras destinadas a obrigar os bancos a aumentarem a qualidade e quantidade de capital de reserva para poderem responder melhor às crises financeiras.

A notícia é avançada pela Bloomberg, que salienta que os ministros das Finanças e os responsáveis dos bancos centrais do Grupo dos 20 concluíram hoje as conversações em Busan (Coreia do Sul), concordando que os bancos têm de ter mais activos de reserva. No entanto, mostraram-se divididos quanto à escala e “timing” dos aumentos de capital, refere a mesma fonte.

Os responsáveis da Zona Euro manifestaram receios de que a pressa posa penalizar o crescimento económico.

Por seu lado, o chanceler britânico do Tesouro, George Osborne (na foto), reiterou a ideia do secretário norte-americano do Tesouro, Timothy Geithner, no sentido de trabalhar para que sejam aprovadas novas regras ao sistema financeiro ainda este ano.

“A implementação é uma variável. Penso que se pode tratar disso com o decorrer do tempo”, comentou – a este propósito, o ministro canadiano das Finanças, acrescentando que o importante é que haja um compromisso relativamente a esta questão.

O “The Guardian” também avança que as esperanças de uma implementação rápida de regras anti-especulação na banca foram hoje dissipadas depois de o G-20 ter admitido que essas novas regulações serão faseadas.

Nos termos dos acordos de Basileia I e Basileia II, os bancos eram obrigados a deter um montante definido de capital para se precaverem contra perdas no caso de os investimentos “irem por água abaixo”. No entanto, desde o despontar da mais recente crise financeira, os governos têm estado a tentar aprovar um Basileia III que prevê o aumento do montante de amortecimento financeiro e que obrigará os bancos a deterem mais capital em períodos expansionistas, relembra o “The Guardian”.

Segundo o que estava originalmente definido, este novo acordo de Basileia previa o fim das conversações no final deste ano e a implementação das nova sregras em finais de 2012.

O Reino Unido, EUA e Canadá querem que as conversações sobre o Basileia III devem terminar mesmo este ano, mas não mostram tanta pressa em relação ao “timing” da sua aplicação.

Aliás, a Alemanha, França e Japão têm-se mostrado contra a implementação destas regras antes do prazo inicial de 2012, dizendo que se os bancos forem forçados, em plena crise, a deter mais reservas de capital, isso irá “deixar à míngua” as empresas financeiras, podendo fazer com que a economia volte a mergulhar na recessão – a tão falada figura da recessão em forma de W.

De acordo com as estimativas do UBS, citadas pela Bloomberg, os bancos poderão ter de angariar mais 375 milhões de dólares de capital para reconstituírem as suas reservas.

Os responsáveis do G-20 vão continuar a debater a forma como hão-de definir o capital, mas parece tratar-se uma questão demasiado complexa para ficar resolvida já no próximo encontro do G-20, este mês em Toronto, referiu o ministro canadiano das Finanças.


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