sábado, 5 de junho de 2010

Salão Erótico: Portugal com poucas actrizes pornos

Indústria do sexo no País está pouco desenvolvida e ainda há muito preconceito contra as mulheres.

Em Portugal há poucas actrizes pornos, são ainda menos as que dão a cara e a maioria prefere ir para o estrangeiro. O problema é o preconceito, dizem os trabalhadores da indústria do sexo.

"Há muita procura por actrizes portuguesas, mas elas preferem ir para outros países para não serem vítimas de preconceito. Muitas chegam mesmo a cortar com as suas raízes", afirmou ao DN a responsável da loja Contra Natura, que tem um stand no Salão Erótico, mas pediu anonimato.

No primeiro dia do Salão, que estará na FIL até amanhã, Erica Fontes passeou sem preconceitos. Orgulha-se de ser a primeira actriz pornográfica a dar a cara em Portugal. "Ainda vivemos numa sociedade fechada. Mas, desde que dei a cara, já houve mais que fizeram o mesmo", disse ao DN.

Aos 18 anos fez o seu primeiro filme. Um ano depois, soma três, todos em Portugal. Contou que de início a família e os amigos ficaram chocados, mas que hoje apoiam a sua decisão. "Preconceito? Não quero saber. Eu nunca hesitei em dar a cara", realçou.

Para Alexandre de Almeida, da Visão Filmes (distribuidora de filmes e vídeos pornográficos), é difícil haver mais actrizes quando "não existe uma indústria" em Portugal. "Até há quem esteja disposta a aparecer nos filmes, mas aqui o mercado é muito pequeno", explicou ao DN. Acrescentou que por ano são feitos em Portugal cerca de meia dúzia de filmes. Realçou igualmente o preconceito de que as mulheres são vítimas: "Ainda se pensa muito: anda um pai a criar uma filha para isto."

Ontem, o Salão Erótico ainda não tinha recebido a enchente esperada para o fim-de-semana (são aguardados cerca de 20 mil visitantes, número idêntico às das edições anteriores), mas já muitos passeavam pelos stands. Cláudia Abranches (38 anos) estava acompanhada pelo namorado, Henrique Rocha (30). Confrontada com a hipótese de fazer um filme porno, Cláudia disse que não era capaz. "Não estaria à vontade, mas não vejo esse tipo de filmes como algo negativo. Não tenho preconceitos", salientou. Já Conceição, de 43 anos, limitou-se a dizer: "Não faz parte dos meus princípios. Faz--me impressão." O marido, Miguel (42), foi peremptório: "Não, nem que fosse com a Conceição."


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