quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Intoxicação por chumbo mata 400 crianças na Nigéria

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta terça-feira (5) que mais de 400 crianças menores de cinco anos morreram desde março pelo envenenamento por chumbo no norte da Nigéria, o dobro do anunciado no mês passado. A ONU estima que 18 mil pessoas podem ter sido afetadas pelo produto químico na região. A intoxicação foi causada pela mineração ilegal de ouro no Estado de Zamfara.

Segundo Elizabeth Byrs, porta-voz do Departamento de Coordenação dos Assuntos Humanitários do órgão (Ocha), o número de mortes tem como base os relatórios da agência humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF). Segundo a ONG, outras 500 foram atendidas nos quatro consultórios da MSF. El-Shafi Muhammad Ahmad, coordenador do MSF em uma das cidades da região, o número de mortos pode ser muito maior, já que alguns casos não são registrados, como a contaminação de nigerianos com mais de cinco anos.

Grande parte da população não informa sobre os novos casos de contaminação porque "tem medo de não poder continuar com a atividade", que foi proibida na semana passada pelo governo nigeriano após a informação sobre as mortes. O envenenamento foi descoberto no início do ano durante o programa de imunização anual, quando os médicos perceberam que a maioria das crianças da região estava morrendo. Algumas vilas não tinham crianças com menos de cinco anos. Os moradores disseram que as mortes foram causadas pela malária, mas os exames de sangue feitos pelo MSF apontaram a contaminação por produtos químicos.

O minério garimpado nas redondezas é levado aos vilarejos para processamento adicional, trabalho que com frequência é feito por mulheres e crianças pequenas. Os produtos químicos contaminaram o solo, a água e os que inalaram as partículas de poeira.

Uma missão de avaliação da ONU descobriu que o abastecimento de água em quatro das cinco aldeias visitadas foi contaminado por níveis elevados de chumbo. As concentrações de mercúrio no ar também foram elevadas nas cinco aldeias, cem vezes superior ao índice estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


Visite aqui a fonte da informação

Sem comentários:

Enviar um comentário