A Fitch Ratings reviu em baixa a notação financeira de quatro bancos portugueses - BCP, BES, Banco BPI e Banif – mantendo o “outlook” negativo para todos eles.
Este corte, segundo explica a Fitch, reflecte “o aumento do risco de financiamento e liquidez” destas instituições financeiras, dada a elevada dependência das fontes de financiamento de curto e médio prazo, bem como ao aumento do recurso ao Banco Central Europeu, no contexto de continuadas dificuldades de acesso aos mercados de capitais e deterioração da qualidade dos activos domésticos.
O IDR (issuer default rating) do BCP baixou dois níveis, de "A" para "BBB+" e o do BES sofreu a mesma redução, também para "BBB+".
O IDR do BPI baixou apenas um nível, de "A" para "A-", ficando assim com uma classificação de risco acima dos congéneres BCP e BES. O IDR do Banif baixou também um nível, passando de "BBB" para "BBB-".
Já o IDR da Caixa Geral de Depósitos foi mantido em "A+", a reflectir o facto de ser um banco 100% detido pelo Estado português.
Ainda assim, a Fitch decidiu cortar o “rating” individual da CGD, de "B/C" para "C". Também o “rating” individual do BES e do BCP foi revisto em baixa, enquanto o do BPI e Banif foi reafirmado.
Preocupações com Portugal podem dificultar acesso ao mercado de capitais
Na nota hoje divulgada, a Fitch nota que os bancos portugueses aumentaram o recurso ao financiamento junto do BCE desde Abril de 2010, com o pico a ser atingido em Agosto, perante “o aumento das dificuldades de acesso ao mercado interbancário em resultado das preocupações relacionadas com a dívida soberana de Portugal”.
De acordo com os dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal, os bancos portugueses têm em dívida para com o BCE 40,04 mil milhões de euros, o que corresponde a uma queda face ao mês de Setembro e compara os perto de 50 mil milhões de euros registados em Agosto.
Apesar de reconhecer esta queda, a Fitch nota que os empréstimos do BCE aos bancos portugueses continuam num nível bem superior ao registado nos níveis pré-crise, “ilustrando os continuados constrangimentos de financiamento e liquidez”.
Estas dificuldades, em conjunto com as “consideráveis necessidades de financiamento face à dívida que chega à maturidade em 2011 e 2012, aumentam a pressão sobre as posições de liquidez e financiamento dos bancos”, assinala a Fitch.
Apesar das dificuldades, a Fitch nota que os bancos portugueses têm uma “base de depósitos estável” e que se assiste a uma “desaceleração significativa” na concessão de crédito desde meados deste ano. Contudo, reforça que o aumento das preocupações dos investidores com a situação das contas públicas de Portugal, bem como a deterioração das perspectivas económicas, “podem limitar o acesso dos bancos aos mercados de capitais e impedir os bancos de reduzir o acesso ao financiamento do BCE”.
Além disso, nota a Fitch, este constrangimento pode levar os bancos a intensificar a concorrência nos depósitos, o que conjugado com o risco de recessão económica em 2011, deverá originar uma queda na rentabilidade dos bancos.
Pela positiva a Fitch destaca também, além da base de depósitos, o controlo de custos e um capital adequado, “tendo sobretudo em conta que o recurso ao fundo de recapitalização do estado não foi utilizado”. O negócio da banca portuguesa no exterior é outros dos pontos positivos destacados pela agência de notação financeira.
Fonte: Jornal de Negócios
Este corte, segundo explica a Fitch, reflecte “o aumento do risco de financiamento e liquidez” destas instituições financeiras, dada a elevada dependência das fontes de financiamento de curto e médio prazo, bem como ao aumento do recurso ao Banco Central Europeu, no contexto de continuadas dificuldades de acesso aos mercados de capitais e deterioração da qualidade dos activos domésticos.
O IDR (issuer default rating) do BCP baixou dois níveis, de "A" para "BBB+" e o do BES sofreu a mesma redução, também para "BBB+".
O IDR do BPI baixou apenas um nível, de "A" para "A-", ficando assim com uma classificação de risco acima dos congéneres BCP e BES. O IDR do Banif baixou também um nível, passando de "BBB" para "BBB-".
Já o IDR da Caixa Geral de Depósitos foi mantido em "A+", a reflectir o facto de ser um banco 100% detido pelo Estado português.
Ainda assim, a Fitch decidiu cortar o “rating” individual da CGD, de "B/C" para "C". Também o “rating” individual do BES e do BCP foi revisto em baixa, enquanto o do BPI e Banif foi reafirmado.
Preocupações com Portugal podem dificultar acesso ao mercado de capitais
Na nota hoje divulgada, a Fitch nota que os bancos portugueses aumentaram o recurso ao financiamento junto do BCE desde Abril de 2010, com o pico a ser atingido em Agosto, perante “o aumento das dificuldades de acesso ao mercado interbancário em resultado das preocupações relacionadas com a dívida soberana de Portugal”.
De acordo com os dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal, os bancos portugueses têm em dívida para com o BCE 40,04 mil milhões de euros, o que corresponde a uma queda face ao mês de Setembro e compara os perto de 50 mil milhões de euros registados em Agosto.
Apesar de reconhecer esta queda, a Fitch nota que os empréstimos do BCE aos bancos portugueses continuam num nível bem superior ao registado nos níveis pré-crise, “ilustrando os continuados constrangimentos de financiamento e liquidez”.
Estas dificuldades, em conjunto com as “consideráveis necessidades de financiamento face à dívida que chega à maturidade em 2011 e 2012, aumentam a pressão sobre as posições de liquidez e financiamento dos bancos”, assinala a Fitch.
Apesar das dificuldades, a Fitch nota que os bancos portugueses têm uma “base de depósitos estável” e que se assiste a uma “desaceleração significativa” na concessão de crédito desde meados deste ano. Contudo, reforça que o aumento das preocupações dos investidores com a situação das contas públicas de Portugal, bem como a deterioração das perspectivas económicas, “podem limitar o acesso dos bancos aos mercados de capitais e impedir os bancos de reduzir o acesso ao financiamento do BCE”.
Além disso, nota a Fitch, este constrangimento pode levar os bancos a intensificar a concorrência nos depósitos, o que conjugado com o risco de recessão económica em 2011, deverá originar uma queda na rentabilidade dos bancos.
Pela positiva a Fitch destaca também, além da base de depósitos, o controlo de custos e um capital adequado, “tendo sobretudo em conta que o recurso ao fundo de recapitalização do estado não foi utilizado”. O negócio da banca portuguesa no exterior é outros dos pontos positivos destacados pela agência de notação financeira.
Fonte: Jornal de Negócios
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