sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Combate ao aumento dos preços dos alimentos afasta países do G-20

G-20 reúnem-se em Paris mas força dos mercados emergentes não deverá deixar que sejam os países desenvolvidos a ditar as decisões.


O G-20 foi criado para estabilizar o mercado financeiro global mas a reunião que se inicia hoje parece não ir no sentido do cumprimento desse objectivo. O aumento dos preços das matérias-primas, que ameaça uma futura crise alimentar, é um dos temas que mais alarga o fosso de interesses entre as economias desenvolvidas e as emergentes.

O aumento dos preços das matérias-primas tem levantado preocupações e ainda no início do mês o índice de 55 produtos alimentares calculado pela FAO, das Nações Unidas, atingiu um novo máximo histórico em Janeiro, tendo aumentando pelo sétimo mês consecutivo. O Banco Mundial já disse que os preços estão em “níveis perigosos” e que já levaram mais 44 milhões de pessoas para a pobreza desde Junho.

Tem-se falado em controlo dos custos mas os produtores e exportadores de matérias-primas, como o Brasil e a China, não querem a fixação de um preço nos produtos, já que defendem que tal pode limitar os seus ganhos e o crescimento substancial que os países têm registado. Guido Mantega, ministro das finanças brasileiro, já veio dizer que “o Brasil é totalmente contra um mecanismo de controlo ou de regulação dos preços das ‘commodities’”, cita o “Le Fígaro.

Já a Alemanha e a França pretendem uma intervenção que reduza as desigualdades. “O objectivo é corrigir os desequilíbrios, não ditar uma política económica a este ou àquele país”, disse Christine Lagarde, ministra das finanças de França, o país anfitrião. “Não queremos dizer a este países que deixe de ser competitivo, que deixe de exportar ou que deixe de consumir. Isto é apenas um melhor equilíbrio que nos beneficie a todos”, referiu a ministra.

Não há portanto uma decisão que alinhe todos os intervenientes e, segundo a “BBC News”, Lagarde quer alcançar durante a reunião “a identificação da lista dos indicadores, de instrumentos de medição que irá permitir identificar os desequilíbrios, e, em consequência, as causas dos mesmos". Isto para que os G-20 possam "propor métodos para coordenar as políticas económicas”.

Em Paris, o G-20 vai encontrar-se mais numa base de desacordo do que de acordo, resume o espanhol “Expansión”. Esta reunião pode ser a prova de que efectivamente o poder já não está na mão dos países desenvolvidos, como já a ministra Lagarde tinha salientado: “No mundo, houve uma mudança significativa ao passar de um para vários centros de gravidade”.


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