quarta-feira, 13 de julho de 2011

FMI: União Europeia tem de tomar uma decisão sobre nova ajuda à Grécia

Instituição internacional admite possibilidade de "rating" de incumprimento selectivo da Grécia. E acrescenta que há pouca margem para um desvio no seu programa de austeridade.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que a União Europeia tem de se decidir sobre uma ajuda adicional à Grécia. Isto num momento em que continuam as incertezas relativas à forma de envolvimento dos privados no novo pacote de ajuda à Grécia.

De acordo com a Bloomberg, o relatório do FMI indica que a entidade ainda não recebeu nenhum pedido para um novo programa, e que, nesse sentido, "nada deve ser assumido como garantido".

Os profissionais da instituição afirmam que um apoio excepcional de liquidez por parte do Banco Central Europeu (BCE) é "essencial" para a nação. E admitem até a possibilidade de a Grécia passar a ter um "rating de incumprimento selectivo", que já se encontra considerado como tendo "riscos substanciais" por parte, por exemplo, da Moody's.

As agências de "rating" já informaram que poderão reduzir a notação financeira da Grécia caso as medidas europeias envolvam os privados.

No relatório sobre a Grécia, a entidade liderada por Christine Lagarde considera que os helénicos "têm pouca margem para desvios". "Para que o programa seja bem sucedido, é essencial que as autoridades implementem a agenda orçamental e de privatizações de uma maneira determinada e a tempo e horas", salienta o documento divulgado em Washington, segundo a Bloomberg.

Poul Thomsen, o responsável pela missão internacional na Grécia, e também o líder da troika em Portugal, afirmou numa conferência, hoje, que “não há espaço para deslizes”. Apesar de admitir que o Executivo de Atenas cumpriu, em larga medida, o programa de cortes orçamentais, Thomsen descreve alguma lentidão, por exemplo, no processo de venda de activos estatais.

Um ajustamento orçamental “incompleto” ou atrasos na “implementação estrutural da reforma” podem levar a que a dívida permaneça num nível elevado “e provavelmente em níveis insustentáveis”, salienta o documento do FMI, citado pelo “Washington Post”.

E, enquanto isso, a Europa parece não conseguir ter uma voz comum em relação à Grécia. Ontem, o comissário europeu Olli Rehn afirmou que havia um consenso do espaço comunitário relativo ao envolvimento dos privados num resgate financeiro à Grécia. Contudo, a ministra da Economia espanhola, Elena Salgado, veio depois dizer que a participação privada nos encargos com a dívida helénica não era uma "boa ideia". Além disso, há dúvidas sobre a compra de obrigações soberanas pelos países no mercado secundário ou sobre outras estratégias de contenção da crise da dívida.


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