A petrolífera portuguesa Galp já assegurou licença para explorar, em parceria, pelo menos um poço de petróleo na Líbia, disseram à agência Lusa fontes ligadas ao processo.
A exploração será feita em parceria com um "grande grupo" cuja actividade principal não é do sector petrolífero, disse uma das fontes, não estando ainda confirmado se o contrato já está fechado ou se existe apenas "luz verde" da liderança líbia.
De acordo com outra fonte, a Galp recebeu a autorização do Conselho Nacional de Transição (CNT) - que governa a Líbia desde a queda do regime de Muammar Kadhafi - já depois da visita ao país do ministro dos Negócios Estrangeiros português, a 7 de Setembro, que foi um dos primeiros líderes da diplomacia europeia a contactar o CNT.
Fonte oficial da petrolífera disse à Lusa que "a Galp tem memorandos de entendimento com a Líbia desde 2007 e desde então não houve grandes desenvolvimentos no terreno".
A petrolífera portuguesa, que nunca esteve presente na Líbia, já estava a negociar a entrada no país antes da queda de Kadhafi.
Em 2007, a Galp Energia assinou, em Lisboa, um memorando de entendimento com o Libya Africa Investment Portfolio, um fundo do Estado líbio, para criar uma equipa conjunta com o objectivo de estudar o desenvolvimento, no país, de projectos de exploração e produção de petróleo e gás natural.
Uma outra fonte que acompanha as negociações do sector energético líbio afirmou que a petrolífera brasileira Petrobras teve, em determinada altura, interesse em explorar petróleo no país em parceria com a Galp, mas que a presença na Líbia da empresa do Brasil se tornou mais difícil porque Brasília ainda não reconheceu oficialmente o CNT, o braço político do movimento anti-Kadhafi.
A petrolífera italiana Eni, que detém cerca de um terço do capital da Galp e é a maior produtora energética na Líbia, anunciou a 29 de Agosto a assinatura de um acordo com o CNT para reiniciar as operações.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, a Líbia é o segundo maior fornecedor de petróleo a Portugal, que importou do país crude no valor de 710 milhões de euros, contra 295 milhões em 2009.
De acordo com a Agência Internacional da Energia, a Líbia produzia cerca de 1,6 milhões de barris por dia antes do movimento que acabou com o regime de Kadhafi.
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