Na próxima semana, o presidente executivo do Deutsche Bank estará em Bruxelas para discutir um "haircut" superior aos 21% acordados a 21 de Julho na Cimeira Europeia.
Os bancos alemães estão a preparar-se para assumir perdas até 60% sobre os títulos de dívida soberana grega que têm em mãos.
A informação foi avançada à Bloomberg por várias fontes ligadas ao
processo, que dizem ser esse o “haircut” que está a ser ponderado pela
banca alemã, numa altura em que as autoridades europeias apelam a um
maior envolvimento do sector privado no segundo resgate da Grécia.
Esta semana, os bancos alemães realizaram uma teleconferência e os
participantes debateram a possibilidade de as perdas sobre as obrigações
públicas gregas poderem ser de 50% a 60%, ainda que não tenha ficado
definida qualquer percentagem final, referem as mesmas fontes.
O CEO do Deutsche Bank,
Josef Ackermann - que liderou as conversações em Julho, quando os
bancos e seguradoras da Europa concordaram com um “haircut” voluntário
de 21% - já disse que irá a Bruxelas na próxima semana para debater o
potencial de uma maior redução.
Há um mês, o governo de Atenas
disse estar satisfeito com o interesse demonstrado pelo sector
financeiro na participação voluntária à troca de dívida grega, no âmbito
do segundo resgate da república helénica. Esta troca de dívida – a
chamada “debt swap” – pressupõe termos menos favoráveis para os credores
do sector privado.
Com efeito, a troca das obrigações
soberanas - por obrigações com prazos mais longos - que o sector privado
detém implicará taxas muito menos atractivas para os obrigacionistas do
que aquelas que poderiam pedir se fosse directamente ao mercado
secundário.
As entidades financeiras que aceitarem estes termos
de troca terão de assumir imparidades devido à exposição à dívida grega,
já que o facto de serem signatários do acordo de “debt swap” implicará
uma perda sobre o valor dos títulos que detêm. Essa perda tem o nome de
“haircut”.
In' Jornal de Negócios
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