quinta-feira, 24 de novembro de 2011

«Talk That Talk», Rihanna

Rihanna resiste ao cansaço num álbum celebratório da linguagem de clube e de tudo aquilo que pode acontecer no meio das pistas. Eufórico como só «Good Girl Gone Bad» havia sido.

Três álbuns para três outonos com climas assimétricos são o score de uma Rihanna incansável na nomeação de êxitos para a memória colectiva recente. Há dois anos, «Rated R» exorcisava os demónios criados pelo ataque do ex-namorado Chris Brown. À distância, esse foi um intervalo necessário nas incursões clubísticas. Uma entrada na vida adulta que «Loud» reforçou, reencontrado um outro olhar para a linguagem de clube.

Em «Talk That Talk», Rihanna reencontramo-la no meio da pista, rodeada de ravers, cultores do corpo e desinteressados da semântica. «We Found Love In a Hopeless Place» anuncia, mas todos sabemos que se trata de uma paixão momentânea e descomprometida, desprovida de eternidade.

«Talk That Talk» é o reflexo da pop americana actual, hedonista e imediata, contaminada pela electrónica europeia. Não apenas os choques electro de David Guetta ou Afrojack mas também a bass music - não é inocente o recurso a um sample dos XX, no que pode ser entendido como um aproximação entre as margens e o centro.

O estado de soltura é manifestado na sexualidade efervescente de «Cockiness», um depoimento hormonal sobre o vício sexual. «Talk That Talk» é o reencontro definitivo com o caminho apontado por aquele que é um dos melhores álbuns pop dos últimos anos, o já distante à velocidade da pop «Good Girl Gone Bad».

Se a música é também o que cada um sente - apesar de toda a equipa de produtores que constroem as canções em laboratório - então Rihanna está livre, não necessariamente disponível para amar, mas, pelo menos, excitada com a próxima saída à noite. Se aceitarem essa condição, «Talk That Talk» é um estimulante que não pede contra-indicações.

Rihanna
«Talk That Talk»
Def Jam/Universal

(Para visitar a fonte da informação, click aqui)

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