quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Trabalhadores do «Público» aceitam corte de salários

 Redução salarial é alternativa ao «layoff» previsto pela administração do jornal. 92% dos trabalhadores já aceitaram

A comissão de trabalhadores do jornal «Público» está «satisfeita» com os 92 por cento de trabalhadores que já acordaram a redução dos próprios salários, mas a administração continua a «pressionar» trabalhadores a assinar, disse um elemento daquele organismo.

O número de pessoas que assinaram corresponde a 92 por cento do universo dos trabalhadores do jornal. «A comissão de trabalhadores está satisfeita com o resultado do acordo, considera que os objectivos já foram atingidos», disse à Lusa Mariana Oliveira, um dos quatro membros da comissão de trabalhadores (CT) do «Público».

Mariana Oliveira revelou ainda que o número de assinaturas favoráveis à redução salarial «permite deduzir que a administração já consegue ou está muito perto de conseguir reduzir os 800 mil euros aos custos anuais com salários que foram acordados com a CT».

«Por isso», acrescentou a mesma fonte, o organismo representante dos trabalhadores «estranha que a administração continue a pressionar alguns trabalhadores a assinar», e «sublinha, como sempre, que constitui um direito individual e inalienável de cada trabalhador assinar ou não assinar o acordo de redução salarial e quem não assinar não pode ser alvo de retaliações».

Entre os casos de pessoas que não assinaram, a comissão de trabalhadores disse que «há vários casos dramáticos», mas também outros de salários elevados.

A administração do jornal continua a tentar elevar o número de assinaturas e, de acordo com uma fonte da comissão de trabalhadores, em paralelo, alguns jornalistas do «Público» fizeram circular um e-mail em que indicam condicionar o respectivo acordo à assinatura por cem por cento dos funcionários do jornal.

O plano de reduções salariais alargado a todos os funcionários permitiu que fosse posto de parte um plano inicial que previa a colocação de 21 trabalhadores do Público em suspensão de contrato («layoff») temporária.

O plano em discussão prevê, segundo a CT, um quadro progressivo de reduções salariais, que começa nos 3 por cento para os trabalhadores que auferem salários brutos acima dos mil euros e evolui até 8 por cento para salários até 1500 euros e daí até um teto de 21 por cento para salários brutos acima dos 4 mil euros.

O plano contempla ainda situações de fronteira para evitar que quem está na base inferior de um escalão tenha reduções equivalentes à parte superior do mesmo escalão.

De acordo com a fonte da CT do «Público», existe um total de 37 funcionários no jornal que auferem menos de 1.000 euros brutos mensais e há 136 funcionários com salários acima dos 1.600 euros.

(Se assim o desejar, visite a fonte da informação clicando aqui)

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