O ministro brasileiro das Cidades, Mário Negromonte, pediu esta quinta-feira a demissão à Presidente Dilma Rousseff, face a denúncias sobre irregularidades na pasta que tutela.
Na carta de demissão, Negromonte salienta que nenhuma das acusações que lhe são feitas foi comprovada e afirma-se como aliado "fiel" da Presidente.
A situação do ministro complicou-se esta semana, após uma reportagem do diário "Folha de São Paulo" revelar encontros entre dirigentes do Partido Progressista, a que Negromonte pertence e empresários de uma firma de informática que estaria a participar num concurso público.
De acordo com a reportagem, o próprio ministro terá participado numa dessas reuniões, na qual os empresários puderam ter acesso à equipe do Ministério para discutir o concurso antes dos demais concorrentes.
Em Novembro de 2011, Negromonte já tinha sido convidado para se explicar diante da Câmara dos Deputados e dos Senadores, por suspeitas de irregularidades num projecto de transportes na cidade de Cuiabá, no estado de Mato Grosso do Sul.
Inicialmente, o projecto previa a construção de uma linha rápida de autocarros, a um custo de 489 milhões de reais (198 milhões de euros), mas uma nova proposta determinou a construção de uma linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o que elevaria o custo da obra para 1,2 mil milhões de reais (cerca de 487 milhões de euros).
O megaprojecto, ligado aos programas de mobilidade urbana desenvolvidos para o Mundial de 2014, teria sido alterado após uma modificação "forjada" por técnicos do ministério.
Na altura, Negromonte negou as acusações e prometeu abrir uma sindicância interna para apurar os fatos.
Com a demissão de hoje, o número de ministro substituídos durante o governo de Dilma Rousseff sobe para nove, sendo sete por denúncias de corrupção.
Apenas o ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o ex-titular da Educação, Fernando Haddad, foram substituídos por outras razões. O governo deverá anunciar em breve o substituto para ocupar o ministério das Cidades. O nome mais cotado até o momento é do deputado Aguinaldo Ribeiro, líder do PP na Câmara.
Fonte: CM
Sem comentários:
Enviar um comentário