sexta-feira, 13 de abril de 2012

Camargo Corrêa diz que se BCP e Caixa aceitarem proposta da Semapa têm de lançar OPA à Cimpor

As duas propostas sobre a Cimpor não são comparáveis, defende a Camargo Corrêa, que diz também que caso o BCP e a CGD aceitassem a proposta da Semapa teriam de lançar uma OPA sobre a cimenteira portuguesa.

Além disso, a empresa brasileira considera que o valor de 5,75 euros referido como a oferta da Semapa “não é um valor real”, porque, defende, o preço tem de ser “fixado por uma entidade independente” o que pode fazer com que o valor das acções da Cimpor seja fixado num nível acima ou abaixo do preço oferecido pela Camargo.
A InterCement, empresa que lançou a OPA à Cimpor e que pertence à Camargo Corrêa, defende que a proposta da Semapa sobre a cimenteira não é comparável com a sua oferta, de acordo com um comunicado enviado para as redacções.

A empresa brasileira diz que a proposta da Semapa “tem sido apresentada como oferecendo o valor de 5,75 euros pelas acções da Cimpor, valor este que tem sido comparado com o valor oferecido na OPA de 5,50 euros”, mas, a InterCement defende que as duas propostas não são comparáveis e apresenta três critérios que diz, comprovarem esta perspectiva.

Primeiro o valor de 5,75 euros “não pode ser considerado um valor efectivo”, justificando com o artigo 28.º do Código das Sociedades Comerciais, que define, segundo a Camargo, que seja uma entidade independente a fixar este valor. “Assim, o valor das acções da Cimpor, para o efeito pretendido pela Semapa, não pode ser neste momento garantido e poderá vir a ser maior ou menor do que o oferecido na OPA.”

Em segundo lugar, a InterCement diz que “comparação entre os valores oferecidos na OPA e os valores atribuídos às mesmas acções na proposta da Semapa é também enganadora, porque não pode comparar-se uma venda de acções com pagamento imediato do preço, como sucede na OPA da InterCement, com a troca das mesmas acções por títulos de uma sociedade a constituir no futuro, cujo valor final é desconhecido e indeterminado, sem cotação nem liquidez, como sucede com a proposta da Semapa”, adianta.

Além destes dois factores, a InterCement apresenta um terceiro argumento: “os investidores em geral podem ter entendido a proposta da Semapa como sendo uma oferta dirigida a todos os accionistas da Cimpor, quando, na realidade, se trata de uma proposta apresentada, em termos concretos que se desconhecem, apenas a dois ou a três accionistas.”

Por fim, a InterCement deixa ainda um quarto ponto. A Camargo considera que se o BCP e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) aceitarem a proposta que a Semapa lhes apresentou, então terão de avançar com uma OPA. “Se a proposta da Semapa, na versão divulgada nos media, viesse a ser aceite pelas entidades a quem foi dirigida, entende a InterCement que a mesma dará origem a uma OPA obrigatória a lançar por todas as entidades envolvidas (Semapa, Fundo de Pensões do BCP, Caixa Geral de Depósitos - sendo a esta imputada a participação da Votorantim - e Manuel Fino, SGPS).”


(Se assim o desejar, visite aqui a fonte da informação)

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