quinta-feira, 23 de maio de 2013

“Chegou o momento do investimento”. E, para Gaspar, não veio tarde

Vítor Gaspar considera que Portugal está em condições de entrar na terceira fase do processo de ajustamento da sua economia, que é, segundo o ministro, a de se iniciar a recuperação da actividade económica.
 
Foi com uma rima que Vítor Gaspar iniciou esta quinta-feira, 23 de Maio, a conferência de imprensa para apresentar o crédito fiscal extraordinário ao investimento em Portugal.

“Chegou o momento do investimento”, começou por dizer o ministro das Finanças. Não continuou sem voltar a proferir as mesmas palavras. “Chegou, e repito, o momento do investimento”. A forma com que terminou o evento não foi diferente. “Este é o momento do investimento”.

Para Vítor Gaspar, que falava ao lado do ministro da Economia Álvaro Santos Pereira e vários secretários de Estado, Portugal está em condições de dar início àquela que é a terceira fase do seu processo de ajustamento.

A estratégia para o crescimento, para o emprego e para o fomento industrial, já anunciada anteriormente, cria “o enquadramento adequado para este novo desafio”, considerou Gaspar.

Para o ministro das Finanças, o País dá um “novo passo”, entrando numa “nova fase”, caracterizada pela “diminuição das restrições financeiras e pelo relançamento do investimento”.

“Esta nova fase destina-se à criação do emprego, em particular o emprego para os jovens”, afirmou o governante do Executivo liderado por Passos Coelho antes de enumerar as várias medidas, acrescentando que “esta é a maior prioridade para o Governo português e é a maior prioridade da Europa como um todo”. A linha de crédito fiscal extraordinário ao investimento para montantes até 5 milhões de euros, que se espera que tenha impacto já este ano, foi a principal medida anunciada.
 
Terceira fase não vem atrasada

Questionado sobre se a entrada nesta terceira fase não vem com atraso, Vítor Gaspar afirmou que o “processo de ajustamento tem certos requisitos de ordem”. Esta terceira fase do processo de ajustamento aparece depois de outros dois passos, que já foram ou estão a ser dados. A primeira fase diz respeito ao ajustamento, em que se fez face aos desequilíbrios económicos e orçamentais. A este respeito, Gaspar afirmou que, depois de receber a oitava tranche do empréstimo, Portugal terá já auferido 66 dos 78 mil milhões de euros inicialmente atribuídos no resgate.

“Mas o cumprimento dos limites do programa é crucial para ganhar a confiança dos credores oficiais e privados”, alertou. Sobre as críticas ao programa, o governante avisou que a “hostilização dos credores” está “sempre” associada a maiores custos para o país devedor, neste caso, Portugal.

Já a segunda fase do resgate passa, de acordo com o discurso de Gaspar, pela “reconstrução gradual das condições de financiamento do Tesouro”, ou seja , o processo de regresso aos mercados para que o País seja capaz de se financiar sozinho".

“[Conseguimos] executar o processo de consolidação de forma bem-sucedida, o que nos permite ter medida de estímulo pontual, ocasional, ao investimento, que funciona como gatilho e catalizador da recuperação do investimento ainda em 2013”, concluiu.

O governante declarou que, “ao fim de dois anos de ajustamento, a economia está com bases estruturais mais sólidas, um sistema financeiro mais estável e as finanças públicas mais equilibradas”. “Os resultados obtidos são convincentes. Portugal está em condições de sair de forma sustentada do programa de ajustamento em Junho de 2014”, concluiu Vítor Gaspar, reafirmando novamente que o Portugal está preparado para dar início a esta terceira fase de investimento.

Foi, aliás, com a ideia com que se tinha iniciado a conferência que se fechou o evento. Gaspar pediu para deixar uma nota antes dos jornalistas saírem das cadeiras e das televisões terminarem os directos: “Este é o momento do investimento”.



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