terça-feira, 12 de novembro de 2013

Governo propõe pagar 300 euros a professores que corrijam provas dos contratados

 Uma prova com pergunta única. Três euros por resposta corrigida. 100 provas por classificador. Ministério da Educação propõe pagar 300 euros a classificadores pela correcção das provas de avaliação de conhecimentos e de capacidades (PACC).

Num e-mail enviado aos professores classificadores de Português, o Instituto de Avaliação Educativa, IP (IAVE) convida os classificadores, em articulação com os supervisores, “que ao longo dos últimos anos têm sido o garante do rigor e da fiabilidade da classificação das nossas provas”, a participarem neste projecto.

Mas esse convite vem carimbado em euros. Por cada resposta, que terá entre 250 e 350 palavras, os classificadores receberão 3 euros, sendo que terão em mãos 100 respostas (equivalentes a 100 provas), o que resulta num pagamento extra total de 300 euros. Na mensagem é pedido aos professores que “caso não pretendam” participar no projecto informem o Ministério da Educação até à próxima quarta-feira, dia 14.

O modelo da prova ainda não é conhecido, mas este e-mail indica já que a parte comum da prova, a realizar no dia 18 de Dezembro, terá uma só questão de desenvolvimento.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) já veio apelar a todos os professores dos quadros “para que recusem o papel que o MEC lhes pretende atribuir: o de serem pagos, com dinheiro extorquido aos seus colegas desempregados e precários, para que contribuam numa farsa destinada, por um lado, a denegrir a imagem dos profissionais docentes e, ao mesmo tempo, a afastar muitos deles da profissão”.

Prova custará 20 euros aos professores contratados

Esta prova de avaliação de conhecimentos e de capacidades (PACC) terá uma componente comum, a realizar dia 18 de Dezembro, e outras específicas agendadas para o período entre 1 de Março e 9 de Abril de 2014. A prova é destinada aos professores não integrados na carreira docente, ou seja, aos contratados, e terá uma periodicidade anual, com o objectivo de "aumentar sustentadamente os padrões de qualidade do ensino", assim como a "equidade entre os candidatos ao exercício de funções docentes", de acordo com o Ministério da Educação e Ciência. Para realizarem esta prova os docentes terão de pagar 20 euros.

Os candidatos com cinco ou mais anos de serviço que não obtenham aprovação podem ser admitidos aos concursos de selecção e recrutamento, que se realizem até 31 de Dezembro de 2014. Os que tenham menos de cinco anos e que não sejam aprovados no exame só podem concorrer a colocação no ano lectivo seguinte. Dispensados de aprovação, para já, estão os professores que estejam já colocados neste ano lectivo.

Entretanto, nas redes sociais continuam a crescer os apelos ao boicote à prova e a Fenprof já entregou providências cautelares para suspender a sua realização e admite outras formas de protesto, nomeadamente marcar greve para o dia da prova. Ainda esta tarde, um grupo de professores se manifestou nas galerias do Parlamento, onde está a ser discutido o orçamento da Educação do próximo ano.

Questionado no Parlamento pela oposição sobre esta prova e sobre quanto espera arrecadar com a realização da prova, Crato não deu resposta, tendo apenas repetido aos deputados do PS que esta prova foi criada pelo partido socialista achando, por isso, “estranhíssima” a posição dos deputados desse partido.


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