Os preços do crude seguiam a acentuar o movimento de baixa, a negociar abaixo dos 70 dólares em Nova Iorque, penalizados pela valorização do dólar face ao euro e pelo aumento superior ao estimado dos inventários de gasolina e destilados nos EUA na semana passada.
O contrato de Janeiro do West Texas Intermediate (WTI), “benchmark” para os EUA, seguia a ceder 1,05% em Nova Iorque, para 69,80 dólares por barril, depois de já terem estado num mínimo intradia de 69,58 dólares – o valor mais baixo desde 8 de Outubro.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, perdia 0,65%, para 71,39 dólares por barril.
Os preços do crude perderam 10% em oito sessões consecutivas, naquela que é a mais longa série de descidas em seis anos, salienta a Bloomberg.
As cotações reforçaram a queda com a apreciação da nota verde, que está a ser sustentada pela especulação de que a Reserva Federal norte-americana irá subir os juros no próximo ano com a melhoria da economia.
A divisa norte-americana seguia a negociar em alta de 0,7% face ao euro, nos 1,4628 dólares, tendo já atingido hoje o valor mais elevado desde 5 de Outubro, nos 1,4608 dólares.
“Se o dólar continuar a valorizar, veremos mais interesses financeiros a deixarem de apostar nas matérias-primas”, comentou à Bloomberg um especialista da Energy Security Markets, Rick Mueller. “Os inventários de combustível estão muito elevados nos EUA e a procura está fraca”.
Recorde-se que na quarta-feira o Departamento norte-americano da Energia (DoE) anunciou que os inventários da gasolina subiram em 2,253 milhões de barris na semana passada, para o nível mais alto desde Abril (nos 216,3 milhões de barris), quando se estimava um aumento de 1,6 milhões. Em três semanas de acréscimo dos inventários, as reservas registaram um avanço de 3,5%.
Quanto aos “stocks” de produtos destilados – que incluem gasóleo e combustível para aquecimento – aumentaram em 1,619 milhões de barris, para 167,3 milhões, contra a projecção de uma queda de 750.000 barris. As actuais reservas de destilados estão 25% acima da média quinquenal deste período.
“Há operadores em estado de ansiedade devido à probabilidade de os inventários de destilados não descerem rapidamente”, afirmou à Bloomberg um analista da PFC Energy, David Kirsch. “O sentimento do mercado mudou e está agora mais focalizado nos fracos fundamentais”, acrescentou.
Apesar de os “stocks” de crude terem 3,823 milhões de barris na semana passada, quando os analistas inquiridos pela Bloomberg apontavam para um acréscimo de 250.000 barris, e apesar dos bons dados económicos que têm estado a ser divulgados nos últimos dias para a economia norte-americana, o petróleo continua a ser fortemente penalizado pelo bom desempenho do dólar, com quem tem uma estreita correlação. Um dólar mais forte torna menos atractivas as “commodities” como investimento alternativo.
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