Portugal foi hoje bem sucedido na colocação de mil milhões de euros de dívida pública. Analistas consideram que o êxito ultrapassa as fronteiras portuguesas: é um bom sinal da eficácia do anúncio da Europa de que não deixará cair nenhum dos seus numa situação de incumprimento, e uma boa notícia para os países da periferia do euro.
“Os resultados da operação de hoje são globalmente positivos”. Esta emissão “representou um teste muito importante para Portugal e, de modo mais geral, para os países da periferia” do euro, considera Chiara Cremonesi, estratega de aplicações de rendimento fixo do Unicredit em Londres.
Também em declarações à agência Bloomberg, Wilson Chin, estratega do ING em Amesterdão, diz que se tratou de um “leilão forte”. “O facto de (Portugal) ter conseguido o montante máximo pretendido, e àquela taxa de juro, sugere que os investidores estão confiantes nos títulos. O ‘timming’ foi perfeito”.
Portugal colocou hoje mil milhões de títulos de dívida pública a dez anos, ou seja, o montante máximo previsto, com a procura a quase duplicar a oferta. Conseguiu um juro anual de 4,523%, ligeiramente acima do cupão na emissão realizada em Abril.
Estava previsto que o montante por Portugal se situasse entre os 300 e os 1.000 milhões de euros.
Esta foi a primeira emissão desde que a União Europeia e o Banco Central Europeu formalizaram um acordo para a criação de um fundo de resgates no valor de 750 mil milhões de euros, medida essa que teve impacto imediato nos mercados de dívida. As “yields” das obrigações dos Estados do Sul da Europa registaram quedas acentuadas.
Hoje, volta a assistir-se um aumento dos juros exigidos pelos investidores. Na maturidade a 10 anos, a “yield” das Obrigações do Tesouro está a subir 4 pontos base para 4,534%. Ainda assim, está substancialmente mais baixa do que os 6% exigidos pelos investidores no final da semana passada.
Nesta emissão, em que a procura quase duplicou a oferta, Portugal vai pagar um juro anual de 4,523%, segundo o IGCP. É uma taxa ligeiramente mais elevada do que aquela que foi conseguida em Abril (4,340%), numa emissão a 10 anos na qual foram vendidos títulos de dívida no valor de 1.195 milhões de euros.
Fonte: Jornal de Negócios
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